“Posto Ipiranga” do presidente Jair Bolsonaro, Paulo Guedes foi o ministro que mais perdeu recursos no Orçamento de 2022 e agora a pasta prevê possibilidade de interrupção das atividades, informa a Folha de São Paulo.
O Congresso Nacional cortou R$ 2,5 bilhões do Ministério da Economia, representando 52% do total proposto pelo governo para o ano se desconsiderada a verba do Censo Demográfico. Equipe de Guedes agora busca saídas para enfrentar a falta de recursos.
Se o gasto com o Censo entrasse na conta o corte ainda seria o maior, com redução de 34%. A separação da verba para a pesquisa foi ordem do Supremo Tribunal Federal.
Segundo a Folha, a Economia vê o movimento como retaliação a Guedes por ser o entrave da liberação de verbas aos parlamentares.
Enquanto isso, ministérios como Cidadania, Desenvolvimento Regional e Infraestrutura tiveram aumento ou cortes marginais. Os titulares dessas pastas têm bom trâmite com os congressistas e promovem ações ligadas ao Orçamento Secreto, que destina recursos a redutos parlamentares.
A insatisfação do governo com o Congresso está personificada no relator-geral do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ).
Leia Também
Entre os órgãos que mais perderam recursos estão o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com 54%, a Enap (Logotipo do comerciante Escola Nacional de Administração Pública) com 54% e o FGPC (Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade) com 52%.
Receita Federal, Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) , Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), entre outros, também perderam mais da metade das verbas.
A Receita Federal, por exemplo, viu os recursos diminuírem de R$ 2,1 bilhões para R$ 1 bilhão, o que afeta diretamente a capacidade do órgão de manter sistemas em funcionamento. O corte gerou entrega de 1.237 cargos .
A PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) alerta que a falta de verba pode paralisar a cobrança de precatórios e interromper os serviços de tecnologia da informação a partir de maio.
A partir de junho, pode haver paralisação em contratos de manutenção, de procedimentos de cobrança, de emissões de certidões e de rotinas administrativas.