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A pré-candidatura de Adail Pinheiro a Prefeitura de Coari (distante 363 quilômetros de Manaus) para 2024 foi anunciada oficialmente pelo Diretório Municipal do Partido Republicanos em um evento realizado neste sábado (6) com a participação de mais de 5 mil coarienses.

Adail Pinheiro tenta anular as investigações que resultaram na condenação dele, em 2014, por crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Com a anulação, o político tenta viabilizar o retorno dele ao cargo que ocupou por três mandatos.

Foto: divulgação

O lançamento contou com a presença do Presidente Estadual do Republicanos, o deputado federal Silas Câmara, o deputado federal Adail Filho, a deputada estadual Mayara Pinheiro, o atual prefeito de Coari Keitton Pinheiro, vereadores e pré-candidatos a vereadores do município.

Além disso, o evento também contou com a presença dos senadores Eduardo Braga, Omar Aziz e Plínio Valério e do Governador do Amazonas, Wilson Lima.

Ex-prefeito do município, Adail Pinheiro, teve os direitos políticos devolvidos em março deste ano por decisão unânime e desde então estava livre para voltar a disputar o cargo político nas eleições municipais em outubro, na sucessão do sobrinho Keitton Pinheiro (PP). A retomada da carreira política se tornou possível com a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) de devolver seus direitos políticos, após três anos de inelegibilidade.

Mesmo após ter passado por condenações por crimes como corrupção e pedofilia, tornando-o um dos políticos mais controversos do Estado, Adail Pinheiro já está em campanha no município, local onde construiu uma base sólida ao manter a família na política, elegendo os filhos e o sobrinho para cargos públicos nos últimos anos.

Relembre o caso

Em 2014, em seu terceiro mandato, o político foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir de um recurso do MPE em razão da denúncia por exploração sexual. A Lei da Ficha Limpa barra por oito anos a candidatura de pessoas condenadas por crimes contra a vida e a dignidade sexual.

No mesmo ano da cassação, ele teve a prisão preventiva decretada após uma série de reportagens do programa Fantástico, da Rede Globo, que contava com depoimentos de adolescentes e familiares, além de outras testemunhas, que apontavam Adail como chefe de uma quadrilha que explorava sexualmente meninas de 9 a 15 anos.

Em janeiro de 2017, conseguiu na Justiça a extinção da pena de mais de 11 anos de prisão por exploração sexual de crianças e adolescentes. A decisão foi assinada pelo juiz Luís Carlos Valois, da Vara de Execuções Penais, e teve parecer favorável do Ministério Público do Estado do Amazonas.

A Justiça e o Ministério Público entenderam que o caso de Adail se enquadrava nos requisitos do Decreto Presidencial 8.940/16, de 22 de dezembro de 2016. O decreto concede perdão da pena “nos crimes praticados sem grave ameaça ou violência à pessoa, quando a pena privativa de liberdade não for superior a 12 anos, desde que tenha sido cumprido um quarto da pena, se não reincidentes, ou um terço, se reincidentes”.

Em 2020, por uma decisão da 2ª Comarca de Coari, Adail Pinheiro teve os direitos políticos cassados por três anos pela prática de corrupção ativa e passiva ao contratar um funcionário por seis anos sem concurso público. A defesa do ex-prefeito alegou que o prazo da condenação foi concluído e, devido a isso, pediu à Justiça Eleitoral o retorno dos direitos políticos.