O ministro Luiz Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta terça-feira (31) que a comunidade internacional deve estar “alerta” às “acusações levianas” contra o sistema eleitoral brasileiro.
A declaração foi dada por Fachin durante o evento “Sessão Informativa para Embaixadas: o sistema eleitoral brasileiro e as Eleições de 2022”, do qual participaram diplomatas estrangeiros. O encontro foi fechado à imprensa, mas a assessoria do ministro disponibilizou o discurso.
“Convido o corpo diplomático sediado em Brasília a buscar informações sérias e verdadeiras sobre a tecnologia eleitoral brasileira, não somente aqui no TSE, mas junto a especialistas nacionais e internacionais, de modo a contribuir para que a comunidade internacional esteja alerta contra acusações levianas”, afirmou Fachin.
O presidente do TSE tem dito que o Brasil não consente mais com “aventuras autoritárias” e que não se pode transigir com ameaças à democracia.
Em abril, o presidente Jair Bolsonaro, que costuma atacar o sistema eleitoral do país, disse que as Forças Armadas sugeriram ao TSE a apuração paralela de votos por militares. A tese já foi rechaçada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Presença internacional
No último dia 17, Fachin informou que o TSE pretende trazer ao Brasil mais de 100 observadores internacionais para acompanhar as eleições de 2022.
Durante o discurso desta terça-feira aos diplomatas, o ministro declarou que o diálogo democrático de um país “não se esgota em suas fronteiras geográficas”.
“Também se manifesta nas suas relações com a comunidade internacional, com os outros Estados que compõem o nosso planeta”, afirmou.
Fachin destacou ainda que o TSE tem trabalhado em diálogo permanente e em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, “sobretudo em temas como a realização de eleições para as brasileiras e brasileiros residentes no exterior, favorecendo o êxito das eleições de outubro”.
“É fundamental transmitir aos governos estrangeiros as informações corretas e completas sobre o processo eleitoral que se avizinha”, completou.
Pandemia
Fachin também citou dois problemas que afligem atualmente as eleições, a pandemia de Covid-19 e o vírus das fake news.
O ministrou reforçou que, embora a pandemia esteja controlada, a Justiça Eleitoral “trabalha com todos os cenários para as eleições de outubro próximo”.
Combate a fake news
Com relação à desinformação, disse que o TSE “tem de trabalhar diuturnamente para desmentir boatos sobre o funcionamento do sistema eletrônico de votação e preservar a confiança que nele deposita a grande maioria da população”.
“A maturidade e estabilidade das instituições brasileiras não permitirá que esses barulhos perturbem a vida democrática”, disse Fachin.
Fonte: G1