PEQUIM, CHINA E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A equipe responsável pela limpeza dos carros da Xiaomi tem tido trabalho no Salão de Pequim. Os oito carros expostos estão sempre com marcas de dedos nos vidros e na carroceria.

A culpa é do sucesso. O SU7, modelo 100% elétrico e primeiro a ser lançado por uma marca de smartphones, tornou-se o mais procurado do evento.

Vale dizer que a Huawei também atua no segmento automotivo, mas seus carros carregam as marcas Seres e Aito. A Xiaomi é pioneira ao colocar seu próprio nome em um veículo.

A fabricante teve de organizar uma fila para visitação de seu estande. O público vai entrando de acordo com a saída de outras pessoas.

Enquanto espera, o visitante é agraciado com uma garrafinha de água. A embalagem plástica traz um QR Code que acessa informações do automóvel.

Há também um folder em mandarim, que acaba servindo de abanador. Os estandes do salão são quentes, com áreas bem refrigeradas apenas nos corredores entre um pavilhão e outro.

Após 20 minutos de espera, chega-se aos carros. O SU7 é um sedã de quatro portas com estilo cupê, bastante similar ao do Porsche Taycan.

Há bom espaço no banco traseiro, apesar do problema comum aos elétricos esportivos: a combinação de carroceria baixa com assoalho alto (para acomodar as baterias) prejudica o conforto a bordo. Os joelhos ficam em posição elevada.

Como esperado em um carro feito por fabricante de smartphones, a enorme tela central é sensível ao toque. A lista de acessórios inclui mais dois monitores instalados nos encostos dos bancos dianteiros, que podem exibir vídeos para quem viaja no banco de trás.

A Xiaomi afirma que seu carro pode chegar aos 100 km/h em 2,8 segundos em sua versão mais potente (645 cv). É o mesmo resultado obtido pelo Porsche Taycan Turbo S.

Em relação à autonomia, a empresa chinesa é bastante otimista. Pelos dados divulgados, o SU7 pode rodar até 830 km com uma carga completa de suas baterias.

Mas o sucesso não se deve somente ao desempenho. O carro da Xiaomi custa entre R$ 154 mil e R$ 214 mil no mercado chinês. Já o Porsche Taycan mais em conta sai por R$ 739 mil na China.

O jornalista viajou a convite da GWM do Brasil.