Mais conhecido como inverno amazônico, os seis primeiros meses do ano são caracterizados por chuvas intensas e com temperaturas baixas em todo o estado do Amazonas. A mudança repentina dos termômetros acaba sendo um alerta para à população manauara, pois acabam ficando mais suscetíveis a contrair doenças como a gripe, devendo assim, ficarem atentos aos primeiros sintomas da doença a fim de evitar a propagação e futuras internações.
Segundo a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), o Amazonas registrou quatro mortes por influenza, do tipo H1N1, em 2023, o estado ainda registra 140 casos da doença, entre janeiro e 15 de fevereiro de 2023, nesse período houve um aumento de doenças respiratórias, principalmente por ser o período sazonal da doença (período em que as doenças são desencadeadas — ou agravadas — em uma época específica do ano). No ano de 2021 e 2022, no período sazonal, o Amazonas registrou apenas um caso da doença. Em janeiro e fevereiro de 2022, a H1N1 não teve registro de casos no estado. No entanto, em 2023, o Amazonas teve 57 casos de H1N1 em janeiro e 83 nos primeiros 15 dias de fevereiro.
De acordo com o Infectologista Noaldo Lucena, é preciso ficar atento aos principais sintomas da doença. “A gripe tem uma conotação de sintomas mais graves que o resfriado comum. Febre alta, tosse, coriza, dor no corpo, dor de cabeça de moderada a grave, constipação nasal entre outros com duração mais prolongada”, disse o especialista.
A transmissão ocorre de forma direta, por meio das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao espirrar, tossir ou falar; e também de forma indireta, quando após contato com superfícies contaminadas, a pessoa leva as mãos com o vírus até a boca, nariz e olhos, devido a transmissão ocorrer através de gotículas, é o que explica o Infectologista.
“Aglomerações que acontecem em transporte coletivos, paradas de ônibus, centros comerciais em período de chuva já que a transmissão é através de gotículas que correm quando se tosse, fala, espirra etc. Idade e doenças imunossupressoras também são importantes. Não há utilização de vacinação preconizada”, afirmou o médico.
As principais medidas preventivas para vírus respiratórios, como a influenza, são as seguintes: Atualização do esquema vacinal; manter as mãos higienizadas; usar máscara de proteção respiratória se tiver sintomas gripais; não compartilhar objetos pessoais, especialmente se é desconhecida o relatório vacinal das pessoas que estão dentro do seu convívio. Vacinar, lavar as mãos com água e sabão, evitar tocar na boca, olhos e nariz com as mãos sem a devida lavagem, uso de máscara em ambientes fechados, como transporte coletivo. Especialmente se desconhece a condição de vacinação dos que estão próximos e se você estiver sintomático”, explicou.
O público-alvo da vacina inclui crianças de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, mães em resguardo, povos indígenas, trabalhadores da saúde, idosos com 60 anos e mais, professores das escolas públicas e privadas, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais e pessoas com crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais e pessoas com deficiência permanente. Além das pessoas que utilizam drogas imunossupressoras, relatou o médico.
“Temos os extremos de idade (crianças e idosos), portadores de doenças imunossupressoras como o HIV, diabetes e câncer, por exemplo. Pessoas em uso de drogas imunossupressoras, pessoas vivendo em aglomeração com outras (presídios, por exemplo) entre outros”, disse ele.
Neste ano, o Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus solicitaram ao Ministério da Saúde a antecipação da campanha de vacinação contra a influenza. A campanha é nacional e acontece uma vez por ano, no mês de abril, mas, devido ao aumento dos casos de gripe H1N1, a vacinação foi antecipada para o mês de março. O governo do estado recebeu 1,7 milhão de doses da vacina contra a gripe. O especialista reafirmou a importância da vacinação como a principal forma de combate da doença.
“A vacinação é fundamental porque protege contra quadros graves que podem evoluir para casos graves com internação em UTI e até mesmo a morte. Considerando a epidemia de COVID e a baixa cobertura vacinal e os quadros clínicos podem ser semelhantes é importante estar vacinado para as duas doenças (com todas as doses)”, finalizou.
Por: Camili Vitória