Um verdadeiro mutirão foi montado no Cemitério Municipal de Petrópolis para receber as dezenas de vítimas da chuva. Na parte alta, onde antes havia um capinzal, vários homens capinam o terreno e cavam às pressas novas covas na terra. O movimento no local, que pela manhã era tranquilo, foi se intensificando a partir da tarde desta quinta-feira (17), com um sepultamento ocorrendo após o outro.
Por causa do local íngreme onde estão sendo cavadas as novas sepulturas, os caixões têm que ser levados nos ombros por familiares e amigos das vítimas. Segundo um funcionário do local, só hoje foram abertas 24 covas.
Uma das vítimas enterradas foi Zilmar Alves, que morreu dentro de um ônibus tragado pela força das águas na tarde de terça-feira (15), segundo conta a filha, Vitória Ramos Alves.
“Ela estava indo buscar a minha irmã, com desespero de não saber [notícias]. Foi a última vez que a gente conseguiu falar com ela. Não deu tempo dela sair, quando o ônibus caiu. Ela era uma força da natureza. Ninguém parava ela. Ela abraçava e defendia todos”.
Outro caso dramático foi o de Débora Lindberg, que morreu com os dois filhos pequenos, Gustavo, de 6 anos, e Heloísa, 2 anos e meio. Os três foram sepultados juntos.
“Ela estava em casa com as crianças quando veio a chuva. Infelizmente não teve como socorrer eles. É uma dor que não tem palavras, perder nossos entes, nossas criancinhas. É muito triste. Só Jesus”, relatou Gerson da Silva Souza, que era cunhado de Débora.
Edição: Maria Claudia