Debruçados em plantas físicas em papel, pranchetas e projetos arquitetônicos produzidos pela Prefeitura de Manaus, no período de 1993 a 2000, estudantes voluntários da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), devem concluir a catalogação completa do acervo até março de 2023.
O material, que foi doado pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) à Ufam, para o Núcleo Arquitetura Moderna na Amazônia (Nama), está sendo identificado para posterior catalogação. São três mapotecas que agora têm a guarda e responsabilidade de manutenção pelo Nama. As mapotecas são de uma época anterior à computação gráfica e o material é composto de projetos feitos em pranchetas em papel vegetal, papel manteiga e plantas técnicas.
Em visita à Ufam, o vice-presidente do Implurb, arquiteto e urbanista Claudemir Andrade, conheceu o trabalho desenvolvido pelo Nama e universitários voluntários. “Eles estão identificando o conteúdo da primeira mapoteca, de um total de três. Esse acervo é muito importante pela história dos profissionais e pelos projetos desenvolvidos para Manaus e na capital no período, especialmente da década de 1990. Estamos no caminho certo para resgate desta memória e manutenção”, comentou.
Para o coordenador do Grupo de Pesquisa Arquitetura Moderna na Amazônia (Grupo Ama), arquiteto Marcos Cereto, da Faculdade de Tecnologia, os desenhos e projetos estão sendo todo identificados neste momento para a catalogação. “O objetivo é tornar este material público e disponível on-line a partir do ano que vem, para que todos tenham acesso. Em um segundo momento o conteúdo será digitalizado, mais uma etapa do termo de cooperação entre Ufam e Implurb”, disse.
No acervo, estão projetos realizados ou não de maternidades, escolas, sede da Prefeitura de Manaus, postos de saúde, parques, praças e intervenções viárias. Conforme primeira verificação do material recebido do arquivo do Implurb, entre os projetos está um antigo do calçadão da Ponta Negra, realizado no final da década de 1990, pelo arquiteto Severiano Porto.
As plantas e projetos das mapotecas compõem a história do planejamento urbanístico da capital amazonense, da época da extinta Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Semdurb), que deixou de existir em 2006, dando lugar ao Implurb.
Conforme Cereto, o Nama já tem o acervo do arquiteto Severiano Porto, um dos mais significativos nomes do Amazonas, além do acervo privado do arquiteto José Henriques, que foi ex-presidente do Implurb.
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Texto – Claudia do Valle / Implurb