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Gil Romero Batista confessou que o bebê que Débora Alves esperava foi retirado do ventre com uma faca de pão. A informação foi divulgada pelo delegado geral da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Bruno Fraga, durante uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (10).

“Houve a morte do bebê. O autor (Gil Romero) foi interrogado. Tivemos o conhecimento que, com o auxílio dos comparsas, usando uma faca de pão, o bebê foi retirado. Foi usado um saco de estopa para colocar o bebê, junto com pedaços de ferro e restos de materiais de construção. Ele foi até a área da Ceasa, pegou uma embarcação e jogou o bebê no rio”, contou o delegado.

Nesta quinta-feira (10), Gil Romero foi interrogado novamente e houve uma acareação entre ele e José Nilson da Silva, preso também por participação no crime. Com informações do Toda Hora.

“Nós sentimos a verdade no interrogatório de Gil Romero. Viemos do Pará e todo o tempo observamos uma pessoa fria, sem qualquer tipo de arrependimento. Negou o filho, disse que queria se livrar de uma pessoa que queria extorqui-lo, dar um corretivo”, afirmou o delegado Ricardo Cunha, da DEHS.

Dinâmica do crime
A delegada Deborah Barreiros informou que Gil Romero destacou que era usual a prática de furtos no galpão, onde trabalhava como vigia. Na noite do crime, José Nilson e um terceiro elemento foram até a usina  para cometer furtos. “Gil Romero atraiu Débora até o local, no carro, momento em que começaram a discutir. Segundo ele, “ela já estava demais”. Houve uma agressão e ela ficou desacordada”, relatou.

Gil Romero pegou uma corda, sentou no banco de trás e puxou a corda no pescoço de Débora, até que houve o estrangulamento da vítima. “Levaram para o galpão, foi quando o inspetor chegou e foi ateado fogo. Eles ainda divergem sobre quem ateou fogo, mas isso já não é importante, porque os dois tiveram participação no feminicídio e na ocultação. Eles desceram com o tonel, a moça queimada. José Nilson foi embora”.

Logo depois, de acordo com Deborah Barreiros, Gil Romero pensou sobre dar um sumiço na criança. “Ele abriu o tonel, tirou o corpo, pegou uma faca de pão, extraiu a criança morta, pegou um saco de estopa, colocou o corpo da criança junto com restos de obras, fechou o saco, colocou no porta malas do veículo. Ele chegou a dar carona para um vigilante. Foi até o Porto da Ceasa, pegou o mototáxi, viu um catraieiro, atravessou para o lado do Careiro e arremessou o saco”. A delegada destaca que seria muito difícil encontrar o saco, já que foi jogado nas proximidades do Encontro das Águas.

Gil Romero foi pra casa dormir. Ele foi procurado pela família de Débora e fugiu, sendo capturado na última terça-feira (8).  

Ana Júlia
Segundo o delegado Ricardo Cunha, Gil Romero afirma categoricamente que a esposa, Ana Júlia Ribeiro, não tem nenhum tipo de envolvimento com o crime. Hoje, ela se apresentou com o advogado na Delegacia Geral, onde já foi ouvida.

“Ele só avisou pra esposa que havia feito uma besteira e teria que sumir”, afirmou. “Não temos a comprovação da participação de Ana Júlia. Ela não soube de nada, mas ligou aos pontos após a repercussão. A Ana Júlia só nos chamou atenção, após a descoberta do cadáver. Ela não foi mais vista, não conseguimos mais falar com ela. No depoimento inicial, ela mentiu”.

Terceiro suspeito
A polícia ainda investiga a participação de um terceiro suspeito, que é citado por Gil Romero e José Nilson. “Eles identificam como “Nóia” ou “Doidinho”. Pode ser até uma fantasia deles. Mas, esse terceiro suspeito tem uma participação de menor importância”, informou Ricardo Cunha.