O programa Amazônia Press Política desta quinta-feira (25), apresentado pelos jornalistas Francisco Araújo e Fernanda Lopes, recebeu o candidato ao cargo de deputado estadual pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Ilke Teixeira Alves Mota – mais conhecido como Wilke Cidade, para uma entrevista exclusiva. Durante a entrevista, Wilke Cidade aproveitou o espaço para compartilhar um pouco da sua história, conquistas, trajetória no ramo empresarial e sobre o que tem em mente para a melhoria da vida da população amazonense.
Hair stylist internacional, Wilke Cidade coleciona mais de 30 anos de carreira na área da beleza. Graduado em Estética e Cosmética pela Universidade Laureate, pós-graduado em Tricologia, Ciência Capilar e Dermatofuncional. É especializado em corte criativo pela academia Sako de Miami e Nova York, Academia Llongueras da Argentina e Alfaparf da Itália, São Paulo e Rio de Janeiro. Natural da comunidade Tirão do Equador, localizada no Vale do Rio Javari, próximo ao município de Atalaia do Norte, Wilke comenta que a iniciativa em enveredar para o lado político e buscar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) surgiu como uma forma de retribuir à população amazonense tudo o que já conquistou e vem conquistando.
“Me lembro quando estava chegando aqui em Manaus e sobrevoei a cidade. Vindo do interior, quando cheguei e olhei essa cidade imensa logo pensei: ‘Meu Deus, eu vou conquistar essa cidade’. O que mais me leva a seguir na política é que, há muitos anos atrás, tive um propósito com Deus de que tudo o que conseguisse na vida, eu iria retribuir com a parte da responsabilidade social. Ao longo dos anos sempre tive os meus projetos em prol da população e todo o meu esforço tirei do meu próprio salão, dificilmente encontrei pessoas que se juntaram à mim para que eu pudesse fazer algo pelo meu próximo. Na Aleam, eu tenho certeza de que terei recursos para que eu possa fazer muito mais pela minha comunidade. Quero fazer muito mais pelo povo amazonense e por Manaus, que me acolheu com muito amor e carinho”, declarou.
Com o tema da campanha intitulado de “Inclusão Social”, por meio de sua candidatura, Wilke busca representar a população menos favorecida e que não tem uma representatividade na Assembleia. No entanto, ressalta que a sua maior bandeira será voltada a área e aos profissionais de Estética e Cosmética. O candidato relembra que participou ativamente da regulamentarização da profissão, a partir da Lei nº 13.643 sancionada em 3 de abril de 2018, o exercício da profissão daqueles que atuam na área de estética e cosmética passou a ser regulamentado. A legislação compreende o esteticista e cosmetólogo, assim como o técnico em estética.
“Vou trabalhar para os menos favorecidos, como os negros, LGBTQIA+, pessoas que estão fora do mercado de trabalho ou não conseguem emprego, sem esquecer da área da saúde, do esporte e de muitos outros projetos que temos em mente. Vou atuar principalmente na área da Estética e Cosmética, inclusive, estive em Brasília (DF) lutando pela regulamentarização da área no Amazonas e no Brasil, e conseguimos vencer essa luta. Agora estamos lutando pela criação do Conselho de Estética”, destacou.
Considerada a “menina dos olhos de ouro”, há mais de 8 anos o candidato confecciona e doa perucas para mulheres que estão em tratamento oncológico ou vítimas de escalpelamento com o intuito de ajudá-las a recuperar o bem-estar, visto que a perda dos cabelos durante a quimioterapia ou com outra situação afeta diretamente a autoestima em muitas mulheres. Em prol da maior acessibilidade para essas aso seja eleito para ocupar uma cadeira na Aleam, Wilke propõe a construção de uma fábrica de perucas no Estado.
“Dentro da minha famílias, temos vários casos de familiares vítimas de câncer. A última que faleceu foi a minha irmã e quando isso aconteceu, senti a necessidade de fazer algo. Eu trabalho com cabelo e via a necessidade que é uma pessoa ficar sem os cabelos, além de ficar com a autoestima super baixa. Esse projeto é tão grandioso, tão lindo e levanta tanto a autoestima das mulheres que ele me deixa emocionado. É algo que é fantástico. Me lembro de viajei três anos pelo Brasil por uma marca de cosméticos e em todas as cidades eu ministrar algum curso eu levava peruca. Quando chegava na porta do Hospital, sempre vinha uma pessoa com um sorriso na minha direção. Sempre choro quando lembro disso tudo. É indescritível a emoção delas, ver o sorriso. Esse projeto já tem mais de 8 anos, mas toda vez que entrego uma peruca parece que é a primeira vez. Eu tenho certeza de que posso fazer muito mais por elas, ainda mais com a construção dessa fábrica. São milhares de pessoas que podem ser beneficiadas”, disse emocionado.
“Esse projeto, além de doação das perucas para mulheres e crianças vítimas do câncer e do escalpelamento – que é quando a pessoa tem todo o couro cabeludo arrancado – também busca gerar renda. Por meio de parceria com o Instituto da Amazônia, podemos tratar a fibra capilar desse cabelo doado e fabricar almofadas e travesseiros. Se você tratar esse cabelo, ele fica mais maleável, soltinho e é possível fazer até acento de cadeira. Nós queremos ensinar a fazer renda. Também queremos ensinar as pessoas a fazer as perucas, megahair e isso pode gerar uma renda muito grande para as suas famílias. Dentro do Instituto queremos que eles aprendam a fazer tudo isso”, completou.
De origem humilde e sem deixar esse traço de lado, Wilke relembra com muito carinho a sua vinda para a Manaus e acolhimento que recebeu por parte da capital amazonense. Além disso, também recorda sobre o seu início no setor da beleza e da estética, que começou com ele indo de porta em porta oferecendo os serviços de corte.
“Ajudava a minha mãe na roça, ela era merendeira da escola. Eu era criança e amava demais aquilo porque pegávamos a canoa e íamos para a praia. Me lembro muito bem de casa momento e era muito lindo por ser tão orgânico e tão natural. Quando me lembro lá de trás, me lembro que fui muito feliz no interior. Quando cheguei na capital e percebi que você tinha que trabalhar muito, estudar muito e ‘brigar’ pelo teu espaço e por uma profissão, foi um choque de realidade para mim. Cheguei em Manaus sem saber o que fazer, cheguei até a dormir em posto de gasolina por não ter local para dormir. Deus hoje me abençoou de uma forma tão gigantesca que hoje tenho um espaço com 1000 m2 e eu não tinha nem local direito para dormir. Sou um menino do interior, que chegou em Manaus cheio de sonhos”, pontuou.
“Em Manaus, o berço que me acolheu foi o bairro Petropólis e lá conheci o Claudionor, que me ensinou todos os primeiros passos para cuidas de um cabelo. Na época eu dormia na casa de qualquer pessoa, fazia uns ‘bicos’ e não tinha uma profissão fixa. Claudionor ele dominava o bairro cortando cabelo e me convidou. A gente chegava na casa das pessoas batendo palma perguntando se queriam cortar cabelo. Entrávamos nas casas para cortar o cabelo de umas cinco pessoas e tudo direitinho. Quando voltávamos, estávamos cheios de dinheiro e aquilo me chamou muita atenção. Sempre parávamos em algum lanche e ele gastava tudo. Sempre pensava comigo: ‘Vou aprender e quando isso acontecer, vou fazer diferente. Assim comecei a minha jornada de cortar cabelo, conquistei a minha rua, quando vi já estava com o meu próprio estabelecimento”, complementou.
Dentre as propostas do candidato, está a construção de um Centro Profissionalizante para o público LGBTQIA+, que vista integrar e inserir essa parcela da população no mercado de trabalho e busca torná-los empreendedores de sucesso.
“Esse Centro Profissionalizante é para que os LGBTQIA+ se tornem grandes empreendedores. Nós vamos fechar parcerias com Centros Técnicos onde são ofertados vários cursos, onde possam migrar para os cursos em que se sintam bem. Se vocês lembrarem, durante muito tempo eu ouço falar de pessoas que se intitulam como madrinha’ ou ‘padrinho’ da causa e a maioria desses não faz nada em prol da comunidade. Para eles só importa esse título e isso tem que acabar! Agora tem alguém que possa representar cada um de vocês definitivamente. Vejo essa galera realizando uns campeonatos de queimada, vôlei, como se fosse uma isca para eles e ainda alegam que estão ajudando. Não que o esporte e o lazer não sejam prioridade, mas nós precisamos mais, precisamos de algo grande que te torne um grande empresário como o Wilke Cidade. Você não pode ficar a mercê de uma esquina ou da droga. Vamos oferecer todo o apoio psicológico para que você cresça”, evidenciou.
Confira a entrevista completa: