Fotos - Divulgação / Semsa

Com o tema “Avanços e desafios na prevenção do câncer do colo do útero com enfoque para as mulheres em situação de vulnerabilidade”, a Prefeitura de Manaus promoveu, na última quarta-feira, 29/3, mais uma edição da webconferência “Diálogos na Atenção Primária (APS)”. A conferência virtual integra as ações de educação permanente dos servidores da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

O tema foi desenvolvido pela assistente social Wanja Leal, que atua na Divisão de Promoção da Equidade, pelo chefe do Núcleo de Promoção do Respeito à Diversidade (Nupred), sociólogo Celso de Souza Cabral, e moderado pela técnica da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Semsa, enfermeira Vera Nici Souza Hoshiba.

A conferência contou com a participação de 100 servidores, que foram sensibilizados sobre a importância de aproximar a Atenção Primária de Saúde das mulheres em situação de vulnerabilidade como mulheres em situação de rua, migrantes e refugiadas e indígenas, por exemplo.

A apresentação partiu da indagação sobre como os profissionais de saúde da atenção básica podem atuar na prevenção do câncer do colo do útero no contexto das vulnerabilidades sociais. O conhecimento da realidade do território, que é permitido por meio do georreferenciamento, foi apontado como o passo inicial para possibilitar o acesso mais facilitado desse segmento às formas de prevenção do câncer do colo do útero.

“Depois que a gente mapeia onde estão e as dificuldades que essas mulheres enfrentam, podemos criar estratégias e medidas eficazes e efetivas para o combate do câncer de colo uterino. No caso das mulheres em situação de rua, por exemplo, temos a equipe do Consultório de Rua, que é um braço importante da APS. Além desse serviço, estamos trabalhando junto aos profissionais das UBSs para que o acolhimento a esse segmento seja orientado por um olhar diferenciado, que considere a realidade dessas usuárias”, reforçou a assistente social Wanja Leal.

Onde estão

As áreas de avanço da fronteira urbana, por conta do fluxo interno da capital, que recebe mulheres de outros Estados e de outros países, que chegam até Manaus, bem como as áreas do Tarumã Açu, que concentra comunidades indígenas, e pontos das zonas Leste e zona Norte são apontados como regiões onde há números expressivos de mulheres em situação de vulnerabilidade.

“Mas constatamos um movimento crescente de mulheres na zona Sul, que é uma região consolidada, por conta da atividade econômica que faz ‘o dinheiro circular’. Por ser uma área que tem maior recursos em termos de fluxo econômico, como é o caso do Centro e bairro de Educandos, encontramos muitas pessoas em situação de rua, migrantes venezuelanos. Ter um olhar mais atento é um grande diferencial na oferta dos serviços de saúde”, observou Wanja.

O trabalho que a Semsa vem desenvolvendo em parceria com as agências humanitárias ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) foi evidenciado por Wanja Leal para que a oferta dos serviços de saúde chegue a este segmento social. “Desde 2018 a parceria com essas instituições tem sido fundamental para captar essas mulheres e aproximá-las da atenção básica”, assinalou.

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Texto – Tânia Brandão / Semsa