Tipo de câncer é terceiro mais frequente na população feminina
O mês de março marca um período de atenção especial à saúde da mulher. Além de estar relacionado ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8, o Março Lilás é dedicado também à campanha de prevenção e combate ao câncer de colo uterino. Esse tipo de câncer é uma das maiores causas de morte pela doença entre as mulheres no mundo.
Em 2021, 270 mulheres morreram devido ao câncer de colo de útero, uma média de 23 mulheres por mês, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). O câncer de colo de útero, excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina.
O fortalecimento da prevenção ao câncer de colo uterino é uma das metas principais da saúde pública. Hoje é a terceira neoplasia maligna que mais mata mulheres no Brasil, sendo a principal causa de mortalidade de mulheres em idade fértil no Amazonas.
Segundo o Inca, no triênio 2020/2022, o Brasil deve registrar 16.710 casos novos de câncer de colo uterino. Para o Amazonas, a estimativa é de cerca de 700 casos novos.
Os diversos subtipos do papilomavírus humano (HPV) são os grandes responsáveis pela maioria dos casos de câncer de colo do útero. Eles são sexualmente transmissíveis e causam lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus.
Prevenção – Segundo a médica Mônica Bandeira, ginecologista e chefe do serviço de Ginecologia da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), é importante que as mulheres sejam alertadas para a conscientização sobre este tipo de câncer, que na grande maioria das vezes é evitável.
“A principal forma de prevenção é a vacina contra o HPV (disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos), que tem como função prevenir. Temos que focar nesse público e fazer um trabalho nas escolas. Além disso, as mulheres devem ter acesso ao exame preventivo (conhecido como papanicolau), que deve ser feito periodicamente após o início da vida sexual, pois é capaz de detectar alterações pré-cancerígenas precoces que, se tratadas, são curadas em quase a totalidade dos casos”, destacou Mônica.
Outra medida de prevenção indicada pela médica é a detecção das lesões pré-malignas no colo do útero. Esta detecção é feita por meio do exame preventivo, o papanicolau, seguido do exame de colposcopia.
Segundo Bandeira, quando detectado este tipo de lesão, a paciente precisa fazer a conização, que é uma pequena cirurgia na qual se retira, em formato de cone, a parte do colo uterino que apresenta as inflamações pré-cancerosas de alto grau, assim evitando o câncer.
Assistência – O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), oferece o procedimento de conização na FCecon, Policlínica Gilberto Mestrinho e no Hospital Delphina Rinaldi Aziz.
Segundo a coordenadora estadual da Atenção Oncológica, enfermeira Marília Muniz, as infecções clínicas mais comuns são verrugas genitais. As lesões subclínicas encontradas no colo do útero não apresentam qualquer sintoma e podem progredir para o câncer de colo do útero se não tratadas precocemente.
“A prevenção e a detecção precoce do câncer são reconhecidas mundialmente como áreas-chave nas quais devemos atuar insistentemente para reduzir a incidência e a mortalidade por neoplasias malignas. As mulheres também devem evitar muitos parceiros(as), optando pelo sexo seguro (uso de preservativos), e tendo hábitos saudáveis de vida, entre esses, evitando o cigarro, pois muitas pesquisas científicas mostram a relação do câncer de colo uterino com o tabagismo”, alertou Marília Muniz.
FOTOS: Lucas Silva/Secom
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