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Uma mulher transexual brasileira foi agredida, na manhã desta quarta-feira (24/5), com cassetetes, pontapés e gás de pimenta por quatro policiais em Milão, na Itália. Segundo a imprensa italiana, as agressões ocorreram próximo a uma escola primária da cidade.

Nas imagens filmadas por testemunhas e compartilhadas nas rede sociais, é possível ver o momento em que a brasileira está sentada no chão e os policiais tentam imobilizá-la para continuar as agressões físicas.

A identidade da mulher, de supostamente 41 anos, ainda não foi divulgada. De acordo com o jornal italiano L’Espresso, o caso ocorreu por volta das 8h15 (horário local), quando ela vagava pelas ruas e ameaçava pessoas ao alegar que “transmitiria HIV” para elas.

Outra acusação difundida nas redes sociais e até compartilhada por figuras políticas, é que a brasileira fez alguns atos obscenos na frente de crianças. No entanto, essas alegações foram desmentidas pelo Ministério Público de Milão.

Segundo o órgão, os policiais foram acionados após uma denúncia de barulhos de uma mulher nas proximidades da escola. O Ministério Público abriu um processo contra os agentes por lesões agravadas e abuso de serviço público. As identidades dos policiais ainda não foram reveladas.

Ainda conforme informações do L’Espresso, a brasileira tem um pequeno histórico de resistência e violação das leis de imigração.

Repercussão política

O presidente da Câmara de Milão, Giuseppe Sala, disse que o incidente “parece sério” e aguarda a produção de um relatório.

“Para poder intervir formalmente é necessário que a polícia local faça uma denúncia. Depois, face ao resultado do relatório, várias coisas podem ser feitas: tomar medidas, como a suspensão ou uma reclamação à autoridade judiciária”, disse.

O vereador italiano Michele Albiani considerou o incidente como um “ataque violento e inaceitável”.

“Qualquer que seja o crime cometido, ataque violento a uma pessoa desarmada é inaceitável (…) As responsabilidades serão esclarecidas. Se não, que confiança se pode ter nas instituições? Somos realmente incapazes de garantir os direitos civis mais básicos? Aguardamos o desenvolvimento das investigações”, afirmou.

Com informações do Metrópoles.