SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O painel de monitoramento do governo mostra que o Brasil já registrou mais de 1 milhão de casos prováveis de dengue e 214 mortes confirmadas pela doença em 2024. No mesmo período do ano passado, o país tinha 207 mil casos. Além disso, o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde informa que outras 687 mortes são investigadas.
A taxa de incidência de 501 casos por 100 mil habitantes mostra que a situação é considerada epidêmica, segundo critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Segundo o Ministério da Saúde, o controle da dengue e do mosquito Aedes aegypti estão entre os maiores desafios da saúde pública no Brasil e no mundo.
Nesse cenário epidêmico, o órgão fará no sábado (2) um dia de mobilização nacional para reforçar as ações de combate ao vetor do mosquito da dengue. De acordo com a pasta, 75% dos focos de Aedes estão nos domicílios.
“Este é um momento de atenção não só das autoridades sanitárias, do Ministério da Saúde, mas também de toda a sociedade”, disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
No estado de São Paulo, a iniciativa será antecipada para esta sexta-feira (1º) para incluir atividades de orientação nas escolas públicas. Serão realizados debates em sala de aula sobre as medidas preventivas e a importância da eliminação de criadouros.
Também segundo o ministério, o aumento de casos neste período não era esperado. As tendências históricas indicam que o pico das epidemias ocorre entre março e abril. As alterações climáticas, especialmente no período de chuva, e a mudança nos sorotipos circulantes da dengue são alguns dos fatores para o aumento entre janeiro e fevereiro.
No entanto, especialistas e infectologistas já previam um cenário de explosão de dengue para 2024.
A imunidade para a dengue é específica, ou seja, a circulação de sorotipos diferentes aumenta o risco de disseminação da doença porque alcança parte da população sem imunidade.