O Brasil estreia neste sábado em uma competição que será novidade para muitas das atletas da Seleção. São 18 delas que nunca disputaram a Copa América e 11 com idade abaixo dos 25 anos. Logo de cara, um jogo de rivalidade dentro de campo diante da Argentina, a partir de 21h (de Brasília), no Estádio Centenário de Armênia, na Colômbia.
Com a renovação em curso, depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a técnica Pia Sundhage também tem seu primeiro desafio com os novos nomes. Ela salienta que é necessário ter paciência com o grupo atual. Acredita na evolução e faz questão de garantir: em no máximo quatro anos a equipe será imparável.
– Nós temos um time jovem. Não há Formiga mais, Cristiane ou Marta. Ao invés disso temos jovens jogadoras. Estou feliz com o que vejo, elas precisam de um pouco mais de suporte, precisam de mais horas no campo. Mas se nós, passo a passo, melhorarmos nosso jogo, perdemos para Dinamarca e Suécia e queríamos ganhar esses jogos, leva tempo. Eu já disse e eu acredito que se o Brasil tiver paciência com esse time em 2,3, talvez 4 anos será imparável – afirmou Pia Sundhage.
Para várias dessas jogadoras, é a realização de um sonho também vestir a camisa da seleção principal em uma competição oficial. Caso de Kerolin, que ficou suspensa por dois anos por doping. Mas foi pela confiança da treinadora, que apostou nela quando ainda estava retornando a jogar depois da parada, que a atacante se tornou um dos destaques nessa nova geração em campo.
– Não sei descrever o que estou sentindo neste momento. Defender o meu país sempre foi o meu sonho, sei que é uma oportunidade única e sem dúvidas vou aproveitá-la – afirmou Kerolin.
Antonia é mais uma estreante. Apesar do domínio brasileiro na competição, afinal, venceu sete das oito edições, ela ressalta que será um jogo difícil e a rivalidade será algo a administrar durante os 90 minutos.
– É um adversário muito difícil, a gente sabe mais ainda pela rivalidade, porque querendo ou não entra dentro de campo, é um fator muito forte pra elas. Eu joguei com a Flor, que é a meio campista da Argentina, eu tenho certeza que elas vão vir com tudo. Elas tão treinando há muito tempo juntas, vai ser um jogo muito difícil, mas a gente tem que estar bem preparada – disse Antonia.
Do lado argentino, Agustina garante que não há como escolher adversário, pois se a equipe não pegasse o Brasil agora poderia ter elas pela frente no mata-mata. E a zagueira do Palmeiras coloca o jogo como um “lindo desafio” a se desfrutar.
– Acho que em algum momento teríamos que jogar contra o Brasil, seja na fase de grupos ou no mata-mata. É um desafio, não sei se é bom ou ruim já na estreia, mas é um desafio muito grande, por tudo que a gente vem trabalhando e pela expectativa que existe nesta seleção. Então, pra mim é um lindo desafio.
A técnica Pia Sundhage encaminhou o time com modificações em relação ao último amistoso, derrota por 3 a 1 para a Suécia. Luana não estará ao lado de Angelina já que, assim como Duda Francelino, positivou para covid e só chega no dia da partida. Ausente para resolver questões pessoais, Debinha também se apresenta no sábado. A provável escalação do Brasil terá Lorena; Fê Palermo, Tainara, Rafaelle, Tamires; Angelina, Ary Borges, Adriana e Kerolin; Geyse e Bia Zaneratto.
O favoritismo brasileiro também se traduz pelos números. Além dos sete títulos, são 248 gols marcados e apenas 18 sofridos, além de 41 vitórias em 44 partidas. Mas foram justamente contra a Argentina as duas derrotas sofridas no torneio ao longo da história e também a perda do único título das 8 edições já realizadas. Depois de encarar a Argentina, o Brasil terá ainda pela frente pelo Grupo B o Uruguai, dia 12, a Venezuela, dia 18, e o Peru, dia 21, no encerramento da primeira fase. A Copa América dará três vagas diretas à Copa do Mundo de 2023, em Nova Zelândia e Austrália, além de duas vagas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
– É muito importante estar aqui, vamos jogar contra a Argentina, e precisamos jogar cada partida e não ficar pensando se vamos chegar à final. Não tomamos nada como garantido. Nós estamos aqui e falamos sobre o jogo contra a Argentina. Se nós jogarmos bem, se vencermos os jogos, vamos nos classificar para a Copa e Olimpíada – afirmou Pia.
Fonte: Globo Esporte