Nesta quarta-feira o Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a suspensão da obra BR-319 até que seja realizada consulta prévia com todos os povos indígenas e tradicionais. Políticos amazonenses reagem, e dizem não ser a primeira vez que tentam atrapalhar a obra.

Os povos indígenas potencialmente impactados pela reconstrução da rodovia BR-319. A suspensão se aplica especialmente ao segmento C (km 177,8 a 250) e ao chamado ‘trecho do meio’ (km 250 a 655,7), com exceção de medidas emergenciais de manutenção para evitar maiores danos. Ainda em agosto o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, estava empolgado com o inicio das obras e a possível liberação do trecho meio, trecho B, o mais emblemático.

“A região é dominada por áreas de proteção ambiental e terras indígenas. Ela requer uma avaliação cuidadosa devido à importância do local para a Amazônia como um todo”, explicou Luiz Aragão, coautor do artigo e chefe da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe.

ENGENHARIA

Logo no início da obra, agosto (23), houve uma erosão no trecho entre o Km 15 e 18 da BR-319 – que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) e, consequentemente, ao resto do País, interditando completamente o tráfego na via e deixando veículos e pessoas presos em um dos dois lados da cratera. O desabamento ocorreu por volta das 6h, segundo moradores da região. Isso porque o projeto para execução das obras prevê o aterramento de cursos d’ água (APPs) ao longo da rodovia, ao invés da construção de pontes.

POLÍTICA

Alguns políticos amazonenses posicionaram em suas redes sociais sobre a decisão do MPF, com a suspensão das obras. “No meu entender, até por experiência  própria, não se deve medir forças com o MPF. Estamos há 15 anos ou mais medindo forças e a estrada não avançou nenhum quilômetro”, disse o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB).

O senador Plinio Valério (PSDB) diz não “É lamentável que nós tenhamos dentro do Amazonas pessoas contra a BR-319, sendo que na pandemia percebemos que precisamos sair desse isolamento terrestre com a falta de oxigênio, e essa gente não aprende, são radicais a serviço de ONGs nacionais e internacionais. E é papel nosso combater, e irei combater sempre.

“Precisamos, com responsabilidade e senso de urgência, encontrar uma solução para mais esse impasse, sem deixar que ele se arraste por anos como ocorre com todos os debates a respeito da BR-319.”, afirma o senador Eduardo Braga (MDB).

Divulgação: DNIT / trecho B