Numa tentativa de se mostrar mais “moderado” na reta final da corrida pelo Palácio do Planalto, o candidato à reeleição chegou a declarar na segunda-feira, 12, que se arrependia de ter dito que não era “coveiro” ao ser questionado em 2020 sobre as mortes de brasileiros por covid.
Três dias após dizer que “deu uma aloprada” e “perdeu a linha” com declarações na pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mudou o discurso nesta quinta-feira, 15, e afirmou que “não errou nenhuma” durante a crise sanitária da covid-19. Numa tentativa de se mostrar mais “moderado” na reta final da corrida pelo Palácio do Planalto, o candidato à reeleição chegou a declarar na segunda-feira, 12, que se arrependia de ter dito que não era “coveiro” ao ser questionado em 2020 sobre as mortes de brasileiros por covid.
“Eu não errei nenhuma vez durante a pandemia. Cada vez que eu falava, a imprensa me rotulava por ‘falastrão’, ‘sem comprovação científica’, ‘fala isso, fala aquilo’. Em 2020 eu falei, se procurar aqui nas mídias sociais, você vai ver. Eu falei que a política do ‘fica em casa’, do lockdown, ‘fecha tudo’, ia aumentar a taxa de suicídio no Brasil”, afirmou Bolsonaro durante transmissão ao vivo nas redes sociais. “E nós vamos, com o passar do tempo, saber cada vez mais a verdade sobre a covid, entre outras coisas que estão enterradas, mas essa verdade vai aparecer”, emendou.
Em entrevista a um podcast voltado para jovens cristãos, o presidente havia adotado outro tom no começo da semana. “Dei uma aloprada, sim. Perdi a linha”, declarou o chefe do Executivo nesta segunda-feira, 12. “Eu sou o chefe da nação, sei disso. Lamento o que eu falei, não falaria de novo. Você pode ver que de um ano para cá meu comportamento mudou. Minha cadeira é um aprendizado”, emendou, ao responder o questionamento de um dos entrevistadores, cujo sogro morreu de covid-19.
No podcast, apesar de reconhecer que determinadas frases foram inadequadas, Bolsonaro voltou a usar o fato de ter melhorado da covid-19 para defender remédios ineficazes. “Eu tive covid, estou no grupo de risco. Eu sou idoso já, estou com 67 anos. E eu tomei o remédio. Não vou falar o nome aqui. E no dia seguinte estava bom”, declarou. Quando foi contaminado, em 2020, o presidente disse que havia tomado hidroxicloroquina.
“Eu acredito que, com o que eu fiz divulgando o tratamento precoce, que muita gente, milhões de pessoas dizem que se salvaram graças a isso, porque eu tive coragem de mostrar que tinha uma alternativa que poderia ser realmente boa”, afirmou Bolsonaro, na contramão da comunidade médica e científica. Hoje, ele voltou a defender remédios ineficazes contra a covid.
Na segunda-feira, Bolsonaro afirmou ter usado uma “figura de linguagem” quando disse que quem tomasse a vacina contra a covid-19 poderia “virar jacaré” e, mais uma vez, negou que tenha imitado pessoas com falta de ar. “Se pegar a imagem, eu não estou zombando de ninguém”, declarou.
Com informações do Notícias ao Minuto*