O presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) foi denunciado mais uma vez, nesta terça-feira, 12, no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda. Dessa vez a denúncia partiu de um Organização Não Governamental (ONG) austríaca. A ONG All Rise acusa Bolsonaro de crimes contra a humanidade por causa do desmatamento da Amazônia, com impacto na saúde mundial.
A All Rise aponta que o governo brasileiro é responsável, anualmente, pela destruição de cerca de 4 mil quilômetros quadrados da Floresta Amazônica e que a taxa de desmatamento aumentou 88% desde que Bolsonaro chegou ao poder. A entidade destaca ainda que Bolsonaro promoveu uma ampla campanha que resultou no assassinato de defensores ambientais e coloca em risco milhares de pessoas por conta das emissões de gases poluentes ocasionadas pelo desmonte das árvores.
“Crimes contra a natureza são crimes contra a humanidade. Jair Bolsonaro está alimentando a destruição em massa da Amazônia com os olhos amplamente abertos e com pleno conhecimento das consequências”, afirmou o fundador da ONG, Johannes Wesemann.
Wesemann declarou também que como o bioma da Amazônia é o pulmão do planeta, a sua destruição afeta todo o mundo. “Em nossa queixa, apresentamos evidências que mostram como as ações de Bolsonaro são diretamente conectadas aos impactos negativos das mudanças climáticas em todo o mundo”, explicou Johannes.
Essa não é a primeira vez que o presidente brasileiro é denunciado no Tribunal Penal Internacional de Haia. Um dos principais líderes indígenas do País, o cacique Raoni Matuktire pediu, em janeiro de 2020, que o TPI investigasse Bolsonaro contra “crimes contra a humanidade”. Segundo Raoni, a gestão brasileira persegue os povos tradicionais, além de destruir os habitats e violar os direitos fundamentais
Ainda em 2020, os profissionais de saúde no Brasil também pediram ao TPI que abrisse um inquérito por “crimes contra a humanidade” alegadamente praticados por Bolsonaro por conta da postura dele na gestão da pandemia da Covid-19
E ainda neste ano, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) acusou Bolsonaro de genocídio da população nativa, pedindo ao TPI que abra um inquérito.