Ex-presidente prestou depoimento em Brasília sobre inquérito que investiga suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação contra a Covid. Na semana passada, casa de Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão.
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que nunca determinou e nem soube da inserção de dados falsos no ConecteSUS. Disse ainda que nem teria razão de fazer isso.
Bolsonaro foi ouvido no inquérito que investiga um suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação que teria beneficiado o próprio ex-presidente, a filha dele, além do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e familiares dele. Ele chegou à sede da PF em Brasília por volta das 13h30. Ele estava acompanhado do seu advogado criminalista, Paulo Cunha Bueno.
O que Bolsonaro disse à PF:
- Que não determinou a inserção de dados falsos da vacinação contra a Covid no ConecteSUS;
- Não sabia que dados falsos com seu nome foram inseridos no sistema;
- Não sabia do esquema que inseria dado falsos;
- Não tinha motivos para fazer isso;
- Sobre a filha, disse que ela entrou nos Estados Unidos se declarando como não vacinada e que tinha laudo médico que permitia a ela não tomar vacina;
Seis presos
Durante a operação do dia 3 de maio, a PF prendeu seis pessoas, entre elas o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro durante o mandato dele como presidente da República.
Segundo as investigações, Cid fazia parte do grupo ligado a Bolsonaro que inseriu informações falsas no ConecteSUS para obter vantagens ilícitas e emitir certificados de vacinação contra a Covid-19.
Além de Bolsonaro e da filha, foram emitidos certificados de vacinação com dados falsos em nome de Cid, da esposa dele e das três filhas do casal.
De acordo com a PF, os dados de vacinação do ex-presidente foram incluídos no sistema do Ministério da Saúde em Duque de Caxias, mesma cidade onde Cid teria conseguido o cartão de vacinação da esposa.
Uma enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, confirmou à Polícia Federal (PF) que emprestou a senha para o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha, apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Brecha também foi preso durante a operação de 3 de maio.
Ainda devem prestar depoimento na investigação o coronel Mauro Cid, na quinta-feira (17), e a esposa dele, na quarta-feira (18).
fonte: G1