Um ataque a uma mesquita xiita na cidade de Kunduz, no norte do Afeganistão, deixou ao menos 100 mortos e 140 feridos nesta sexta-feira (8). A ação ocorreu por volta do meio-dia (hora local) em um dia que é considerado sagrado pelos muçulmanos.
Os feridos estão sendo atendidos no Hospital Central de Kunduz e nas instalações da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF). Conforme o Talibã, o atentado foi causado por um homem-bomba.
Apesar de não ter sido reivindicado por nenhum grupo, a ação tem o formato dos ataques do grupo terrorista Estado Islâmico, formado por islâmicos sunitas, e que tem um braço muito ativo no território afegão, o EI de Khorasan (Isis-K ou EI-K).
Desde que os talibãs, que também são sunitas, retomaram o poder no Afeganistão, em 15 de agosto, o EI-K vem realizando ações pontuais para enfrentar os “rivais”. Apesar de ambos estarem na mesma vertente islâmica, cada um se considera mais “importante” e detentor dos “saberes” do que o outro.
Enquanto os talibãs tem uma visão mais nacional, de criar um “emirado islâmico” no Afeganistão apenas, os membros do EI querem fazer uma dominação ampla, expandindo seus “poderes” pelo mundo.
Além disso, o EI considera os muçulmanos xiitas como “hereges” que devem ser eliminados.