Há exatamente três anos, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde decretava a pandemia de Covid-19. No Brasil, cerca de 700 mil pessoas morreram por causa da doença, além de perderem suas vidas, era deixado para trás todo um futuro, uma família, amigos, filhos sem pais e pais sem os seus filhos.
A primeira morte registrada no Brasil e no Estado do Amazonas
A primeira morte foi registrada no Brasil por Covid-19 no dia 12 de março de 2020, em São Paulo. O Ministério da Saúde confirmava o primeiro óbito, uma mulher de 57 anos, que havia sido internada no dia anterior em um hospital da capital paulista.
Um dia antes da morte, a diarista Rosana Urbano tinha saído por volta das 4h da manhã de casa, na Cidade Tiradentes (zona leste), e percorrido 25 km para ver a mãe, Gertrudes, internada com pneumonia no Hospital Municipal Doutor Carmino Caricchio, no Tatuapé.
Diabética e hipertensa, quando soube que a mãe estava entubada, ela passou mal e foi internada no mesmo local. Morreu às 19h15 do dia 12 de março, após uma parada cardiorrespiratória. Gertrudes morreu três dias depois da filha. Rosana deixou três filhos e o marido, auxiliar de limpeza.
O reconhecimento da morte de Rosana como sendo a primeira no Brasil só ocorreu em junho. Até então, o primeiro caso brasileiro era tido como um outro registrado em 17 de março em um hospital privado da capital paulista.
No Amazonas, a primeira morte confirmada foi a de um empresário dos ramos de ótica e pesca esportiva que morreu na noite em ma terça-feira, 24 de março de 2020, no Hospital e Pronto Socorro (HPS) Delphina Aziz, na zona norte de Manaus. Sendo a primeira morte causada pelo novo coronavírus da região Norte do Brasil.
Geraldo Sávio, de 49 anos, era morador de Parintins, município distante 369 quilômetros da capital amazonense. No dia 21 de março, ele foi transferido da cidade em uma UTI aérea com quadro de insuficiência respiratória e grave comprometimento pulmonar.
A descoberta
O vírus descoberto inicialmente em Wuhan, na China, já causou 759 milhões de casos, que provocaram 6,8 milhões de mortes em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 65% da população mundial se encontra vacinada com duas doses, e 30% delas receberam doses de reforço. Esses percentuais, escondem desigualdades, enquanto regiões da Europa, Leste da Ásia e as Américas estão perto dessa média ou acima dela, na África, menos de 30% da população recebeu as duas doses de vacina.
A vacinação
Segundo os dados compilados pelo portal Coronavírus Brasil, mais de 183 milhões de brasileiros (ou 86% da população ) tomaram pelo o menos uma dose do imunizante que protege contra o coronavírus. O problema está na continuidade da campanha. Apenas 175 milhões (82% do total) completaram o esquema inicial de duas doses. Para piorar, só 125 milhões (59%) voltaram aos postos de saúde para tomar o reforço (ou a terceira dose), tão necessário para diminuir o risco de pegar a variante ômicron.
A técnica de enfermagem indígena Vanda Ortega foi a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 no Amazonas. Durante a pandemia, a profissional de saúde tirou suas horas vagas para oferecer suporte à sua comunidade indígena de 700 famílias contra o surto da doença em Manaus.
De lá para cá, já são 8,6 milhões de doses aplicadas no estado que apresenta cobertura de 73,7% no esquema vacinal primário (2 primeiras doses) na população de 3 anos ou mais.
Na época da primeira aplicação da vacina, no mês de janeiro de 2021, a taxa de mortalidade por ocasião da Covid-19, que mede a ocorrência de óbitos na população, era de 24,6, isto é, pelo menos 24 óbitos a cada 100 mil habitantes. Já em janeiro de 2023, a taxa de mortalidade é de 0,07, menos de um óbito a cada 100 mil habitantes.
Com a criação e o desenvolvimento de vacinas, testes e remédios, o coronavírus atualmente deixou de representar uma ameaça mortal para a maioria da população. Apesar de ainda ser um agravante para os grupos mais vulneráveis, entre eles idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido.
O Brasil tem sido um exemplo dessa mudança de cenário. A taxa de mortalidade que chegou a 201 por 100 habitantes em 2021, caiu para 36 no ano passado, e neste primeiro trimestre de 2023, encontra-se em três, segundo o painel do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).
Se as estatísticas permanecerem com os dados atuais, o país deve fechar o ano de 2023 com menos da metade das mortes que foram notícias em 2022.