No rescaldo da eleição de Lula enquanto presidente do Brasil, no dia 30 de outubro, os apoiadores de Jair Bolsonaro têm saído à rua para expressar o seu descontentamento, apelando, inclusivamente, a uma intervenção militar. No domingo, um grupo de bolsonaristas foram vistos realizando uma espécie de ritual, no qual pediam “ajuda extraterrestre”, em Porto Alegre.
“Pessoal, fui dar uma volta de bicicleta como faço sempre. Filmei essa pérola dos golpistas pedindo ajuda extraterrestre com o celular na cabeça, fazendo sinais de luz e pedindo ajuda do ‘general’. Na esquina da minha casa”, escreveu o fotógrafo Marcelo Nunes, ao compartilhar as imagens, na rede social Facebook.
No vídeo, ao qual poderá aceder na galeria acima, os bolsonaristas surgem equipados com bandeiras do Brasil, e dispostos num círculo, com os celulares na cabeça, sinalizam para o céu.
“S.O.S”, ouve-se alguém dizer. “Olha para nós, general”, diz outro membro.
Segundo o G1, o grupo estava no Centro Histórico da Capital, perto do Comando Militar do Sul, que tem visto mobilizações desde as eleições presidenciais.
Recorde-se de que os protestos contra a vitória de Lula da Silva voltaram a ganhar alguma força na semana passada, impulsionados pelo feriado nacional da instauração da República no Brasil, com milhares de manifestantes a concentrarem-se em frente a quartéis em vários estados.
Para colocar um ponto final aos protestos, considerados antidemocráticos por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio de 43 contas bancárias de empresários que estariam patrocinando e apoiando os acampamentos em frente aos quartéis-generais que, passadas três semanas da estreita derrota de Bolsonaro, ainda persistem.
A investigação, ainda em curso, aponta que empresários cujas contas bancárias foram alvo do bloqueio estariam a atuar para financiar estes atos antidemocráticos e a disponibilizar uma estrutura completa, que inclui desde tendas e banheiros químicos a alimentação aos manifestantes.
Ressaltando ainda que o presidente brasileiro está há mais duas semanas em silêncio e com a agenda vazia, algo que o seu vice-presidente atribui a uma doença.