As Lojas Americanas e a Americanas SA oficializaram nesta segunda-feira (13) a incorporação das ações da holding (LAME3 e LAME4) pela segunda empresa (AMER3). A mudança, na prática, marca o fim do controle acionário do grupo Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles após cerca de 40 anos à frente dos negócios. Os três investidores vão se manter como acionistas relevantes da companhia.
A combinação acionária foi aprovada em assembleias de acionistas das duas empresas na última sexta-feira. A operação simplificará a estrutura de governança corporativa das companhias. As ações da Lojas Americanas (LAME3 e LAME4), listadas no Nivel 1 da B3, deixarão de ser negociadas na Bolsa em 21 de janeiro.
Com isso, a única ação listada na Bolsa, portanto, será a da Americanas SA (AMER3), no segmento do Novo Mercado, nível de governança corporativa mais avançado do mercado de capitais brasileiro.
“Esse novo passo reforça o objetivo da Americanas SA de ser uma única companhia para clientes, parceiros e investidores. Paralelo à reorganização, os resultados já obtidos na etapa de combinação operacional (…) evidenciam a bem sucedida estratégia de geração de valor futuro da companhia”, afirmou em conferência ao mercado Fabian Picavet, diretor de relação com investidores da Lojas Americanas.
A Americanas também reiterou que estuda listar ações nos Estados Unidos, mas ainda não divulgou se o fará na Nasdaq ou na Nyse.
Pelo plano divulgado pelas companhias, o atual grupo controlador da holding Lojas Americanas, fomado por Lemann, Sucupira e Telles, passará a ter 29,2% do capital da Americanas, abrindo mão do controle sem cobrar prêmio por isso. Como os 70,5% restantes da companhia serão negociadas no free float, o grupo deve manter influência nos rumos da companhia.
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Hoje, esse grupo de controle tem 38,3% do capital da holding Lojas Americanas e 60,8% das ações ordinárias, com direito a voto. Por sua vez, a Lojas Americanas atualmente são detém 38,78% do capital da Americanas SA.
“Este grupo (controlador), presente na companhia desde os anos 1980, sempre teve como elemento norteador a estratégia de criação de valor de longo prazo, que garantiu o crescimento com rentabilidade da operação. Mais uma vez, o a acionista de referência reforça o seu compromisso com a visão de longo prazo como norteadora da geração de valor futura”, disse a companhia em comunicado ao mercado.
Após a mudança, se algum acionista quiser adquirir mais de 15% das ações da Americanas SA, precisará lançar oferta pública pela empresa.
Pela transação agotra aprovada pelas assembleias das companhias, cada detentos dos papéis LAME3 e LAME4 receberá 0,185982 ação AMER3, com direito a voto, da Americanas SA.
Segundo os diretores da companhia, o negócio aumenta a liquidez e facilita o entendimento da companhia pelo mercado.