O depoimento da amazonense Alessandrini Silva emocionou o público e o presidente Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (31), no Palácio do Planalto, durante a sanção do programa Escola em Tempo Integral. A declaração foi feita durante cerimônia de sanção da Lei que instituiu o Programa Escola em Tempo Integral. A Lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em Brasília.
Alessandrini é mãe de Alice Luz Silva de Morais, estudante da escola municipal de tempo integral Waldir Garcia, de Manaus. “A educação integral representa para nós, mulheres, uma ferramenta de enfrentamento das desigualdades sociais. Foi por ter escola de tempo integral que eu me dediquei ao trabalho, porque não tem ninguém que dê emprego por meio período, principalmente para mulheres”, disse ela, sob aplausos do público.
Além disso, a escola dará oportunidade, na opinião da mãe, para que elas possam fazer ciência e participar da política.
“Também vamos ver nossos filhos não somente aprendendo sobre o mundo, mas ao lado dos profissionais de educação, do poder público, das comunidades e das nossas famílias construindo um Brasil do amanhã sob uma perspectiva antirracista, anti-LGBTfobia e anticolonial”, discursou.
Formada graças ao Programa Universidade para Todos (Prouni), a advogada amazonense disse que a escola de tempo integral era o futuro do presente, pois transforma “as nossas vidas todos os dias, sem autoritarismo”.
“Afinal, não é nada justo se o filho do rico aprenda sob autonomia e o filho do pobre tenha que bater continência”, afirmou, referindo-se às escolas cívico-militares.
“Escola de tempo integral não é só sobre horas a mais dentro do colégio, é pra fazer valer a lei de que crianças e adolescentes são prioridades absolutas”, prosseguiu.
No final, ela entregou ao presidente e à primeira-dama Janja bonés a frase: “O Norte existe.”
Programa
O programa Escola em Tempo Integral tem como objetivo ampliar em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral nas escolas de educação básica de todo o Brasil já nos anos de 2023 e 2024. A meta, conforme o Governo Federal, é alcançar, até 2026, cerca de 3,2 milhões de matrículas. Segundo o presidente, a escola precisa ser prazerosa para os alunos e também ter espaço para discutir os temas urgentes e atuais da sociedade, como a questão das mudanças climáticas.
Para isso, haverá um investimento de R$ 4 bilhões que vai permitir aos estados, municípios e o Distrito Federal expandir a oferta de jornada em tempo integral em suas redes. O Programa busca viabilizar a Meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece a oferta de “educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos estudantes da educação básica” até 2024.