O Amazonas está entre os 7 estados do país que apresentam crescimento nos casos de Covid-19, em fevereiro. A informação consta no Boletim InfoGripe da Fundação Osvaldo Cruz, Fiocruz. Somente no período de 7 a 13 de janeiro de 2024, o Estado teve um aumento de 100,92% em casos de Covid-19 em comparação com semana anterior – de 31 de dezembro de 2023 e 6 de janeiro de 2024 –, quando 218 casos foram contabilizados.
Vale ressaltar que a Covid-19 ainda responde por mais de 90% dos óbitos ligados a infecções por vírus respiratórios no Brasil. Somente em 2024, mais de 960 pessoas morreram por causa do coronavírus no país. Desde que a doença passou a circular em território nacional, o país perdeu mais de 709 mil pessoas.
O Amazonas já registrou quatro mortes por Covid-19 em 2024, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do estado (FVS-AM). Os dados estão em um novo boletim sobre o cenário da doença no estado, divulgado na última segunda-feira (19).
De acordo com o órgão, entre 10 de dezembro do ano passado e 10 de fevereiro deste ano, foram registrados 2.751 casos e 142 hospitalizações por Covid-19 no estado. Do total de hospitalizados, 100 apresentaram, pelo menos, um fator de risco, como hipertensão, diabetes, cardiopatias, doenças hematológicas e imunodepressão.
Em entrevista do portal Amazônia Press, o infectologista Nelson Barbosa falou sobre esse aumento do número de casos e, de acordo com ele, a população não deve “pensar em uma epidemia e nem em uma nova pandemia”.
“Isso só acontece caso surja uma variante do coronavírus que possa driblar os imunizantes, aí nós poderemos ter um aumento expressivo no número de casos em nível mundial mas, por enquanto, o que nós estamos enfrentando é um repique de casos porque as pessoas negligenciaram o cartão vacinal. Em consulta na página da Vigilância Sanitária, podemos ver que é mais ou menos assim. Na primeira dose, muitas pessoas foram atrás do imunizante, a segunda dose já foi um pouco menos e terceira foi menos ainda. As pessoas que fizeram a dose de reforço também foi grande a primeira dose e a segunda já foi bem menos. Então isso significa que as pessoas não completaram a sua carteira vacinal. É por isso que essas pessoas estão adoecendo. É claro que essa variante que nós estamos enfrentando que é uma variante da Ômicron, apesar de ser muito transmissível, não tem uma mortalidade alta. Poucos casos estão tendo a necessidade de internação enfermaria e em UTI”, declarou.
“Nós estamos estimando que de quinze a vinte dias após o Carnaval possam possam haver novos casos. No momento, no Hospital 28 de Agosto nós temos dois pacientes internados e já tivemos mais. Então, a nossa a nossa visão é que esta realidade de uma nova pandemia ou de uma epidemia não existe no momento. A não ser que surgisse uma variante que burlasse e driblasse mesmo todos os imunizantes que nós usamos”
Na última terça-feira (20), o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) emitiu um alerta ao governo do estado e aos municípios sobre um aumento de casos de Covid-19 nos primeiros meses do ano. O documento, segundo o TCE, destaca a necessidade de adoção de medidas preventivas e reforço dos programas de tratamento de síndromes respiratórias na área da saúde.
“É necessário incentivar novamente o uso de álcool em gel, pelo menos, evitar as aglomerações… já o uso de máscaras, eu vejo a necessidade só das pessoas acima dos 65 anos usarem ou as que tem comorbidades tipo as pessoas que tem câncer, lúpus, insuficiência renal, diabetes, hipertensão, essas pessoas teriam que continuar usando a máscara justamente pra evitar que fossem contaminada pelo coronavírus. Também é importante a veiculação de campanhas, alertando sobre a importância em dizer que o coronavírus continua no meio da gente, que a questão da epidemia e da pandemia já parou, mos casos continuam ocorrendo e que essas pessoas que tem comorbidade são as que podem ser mais afetadas. É importante não deixar de reforçar a prevenção e estimular as pessoas a completarem a sua carteira vacinal”, destacou o infectologista.
Capacidade do Sistema de Saúde
O infectologista, que atua no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, confirmou ainda a informação de que os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do 5º andar do Hospital estão reservados para os pacientes que “precisam de tratamento intensivo da doença”, ou seja, casos graves da doença. A decisão consta na Portaria 024/2024.
O documento alerta ainda que os profissionais do 28 de Agosto devem reforçar o uso de equipamento de proteção individual (EPI) “no manejo de todos os pacientes como medida de dissiminação do vírus”.
A Portaria define que o uso da UTI do 5º andar funciona com reserva de “12 leitos de UTI para pacientes Covid (03 enfermarias)” e 06 leitos de retaguarda para pacientes clínicos com diagnóstico de Covid, reforçando que os leitos clínicos de Covid serão prescritos e avaliados diariamente pelos médicos intensivistas”. O 28 de Agosto tem UTIs também no 1º andar.
Manaus viveu um colapso de casos em 14 de janeiro de 2021. Essa medida serve como tentativa para se preparar e driblar qualquer caos no sistema público de saúde.
Vacinação no AM
Conforme dados parciais do Programa Nacional de Imunizações, 9.881.919 doses foram aplicadas em todo o estado até esta quarta-feira (21), sendo 3.475.738 de primeira dose, 2.993.426 de segunda dose, 933.733 de terceira dose, 64.152 com dose única, 1.458.985 de 1ª dose de reforço, 327.789 de 2ª dose de reforço, 14.395 de 3ª dose de reforço, 25.289 de dose adicional para os imunossuprimidos e 588.412 doses de vacina bivalente.
Onde se vacinar contra Covid em Manaus
O imunizante está sendo ofertado em unidades de referência gerenciadas pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), distribuídas em todas as zonas da área urbana da capital.
Para se informar quanto às doses de vacina recebidas e a receber, os usuários podem consultar a plataforma online Imuniza Manaus (imuniza.manaus.am.gov.br), bastando informar o número do CPF.