Os alunos de comunidades da área rural de Manaus receberam as oficinas de “Teatro Lambe-Lambe”, nos períodos de 21 a 28/3 e de 25/4 a 2/5 , nas escolas municipais São Judas Tadeu, no KM 23 da AM 010, e Abílio Alencar, da BR 174. As oficinas foram contempladas no edital Manaus Faz Cultura da Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), com apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).
Para o presidente do Concultura, Tenório Telles, esse é o tipo de projeto muito inspirador que une a arte ao pedagógico. “A importância dos projetos realizados em todas as zonas da cidade vai muito além de levar renda e atividade para os trabalhadores da cultura, se junta ao esforço de melhorar a educação com os projetos transversais, enriquecendo o conteúdo pedagógico nas salas de aula da periferia”, afirmou.
“Tivemos o total de 17 participantes, que aprenderam a produzir e manipular histórias, como dos Três Porquinhos, O Big Bang, A Caça, A Pescaria e Cão e Gato”, informou a proponente do projeto, Vitória Silva. O trabalho final foi a apresentação para os alunos e professores.
A linguagem do “lambe-lambe” recebe esse nome inspirado nos fotógrafos de praça de antigamente por se tratar de uma caixa cênica em miniatura e portátil. Com a mesma filosofia dos fotógrafos, o “Teatro Lambe-Lambe” se apresenta nos espaços públicos, normalmente por apenas um “lambe-lambeiro”, sendo os espetáculos apresentados, em geral, para um espectador por vez.
Vitória explica que essa forma de teatro popular articula ações pedagógicas e artística com produção e circulação que privilegiam o público não atendido pelos edifícios e centros de produção teatral, uma vez que se articula para ir ao encontro desse público. “Tal característica dialoga com as especificidades de comunidades rurais pouco assistidas pelas produções consideradas de elites”, disse.
Assim, esse projeto realizou oficinas de “Teatro Lambe-Lambe” como estratégia de incentivo à formação de espectadores e ao protagonismo de jovens junto às suas comunidades.
Ela conta que apresentou o projeto à Secretaria Municipal de Educação (Semed), em janeiro, e propôs fazer nas escolas rurais, e assim que comunicaram aos diretores foram bem recebidos nas duas escolas.
“As escolas foram muito receptivas, mas ficamos preocupados em desenvolver as oficinas com os alunos que apresentavam baixo indicie de aprendizado, entretanto esses alunos demonstraram muita criatividade, interesse e comprometimento com a oficina, apesar das dificuldades na leitura e escrita, o processo artístico ofereceu uma outra possibilidade de expressão e comunicação. Nos surpreendemos com a qualidade dos processos artísticos desenvolvidos no decorrer da oficina, com a criatividade do uso de reaproveitamento e reutilização de materiais recicláveis”, relatou Vitória.
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Texto – Cristóvão Nonato / Concultura
Fotos – Divulgação / Concultura