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A tecnologia no mundo da investigação criminal tem se mostrado uma forte aliada, tanto na investigação quanto na prevenção da criminalidade. Um exemplo disso é o sucesso de vendas de itens como câmeras, alarmes e sistemas de controle de acesso, que já fazem parte do dia a dia dos habitantes de Manaus.

Segundo uma análise realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em mais de 2 mil notícias divulgadas na mídia, foram identificadas as seguintes tecnologias mais evidentes no combate à criminalidade no Brasil: drones, adotados por 63% das forças armadas; câmeras OCR, presentes em 44% dos casos; reconhecimento facial, com destaque em 33% das ferramentas tecnológicas; câmeras em uniformes policiais, usadas em 22% das forças de segurança pública do país; e policiamento preditivo, utilizado em 7% dos estados por meio de modelagem computacional aplicada a dados criminais passados.

Hélio Magalhães, diretor técnico do Instituto de Perícias Brasil (INPEB), especialista em Perícia Criminal & Ciências Forenses, Perfil Criminal e Inteligência Forense, perito judicial e docente de perícia grafotécnica, documental e em acidentes de trânsito, relatou ao Amazônia Press como a tecnologia atual tem contribuído para o êxito das investigações e para a tomada de decisões em futuras sentenças.

“Qualquer ferramenta de trabalho que possibilite resultados ágeis com o uso de novas tecnologias, e que permita obter resultados de maior qualidade, é bem-vinda e essencial para agilizar uma investigação e encontrar a verdade, seja para identificar um culpado ou inocentar uma pessoa”, disse o diretor.

Durante a entrevista, o perito também mencionou como a tecnologia tem se tornado uma grande aliada dos criminosos, que estão constantemente buscando se atualizar sobre as novidades tecnológicas para se beneficiarem em suas atividades criminosas.

“À medida que a tecnologia se desenvolve, especialmente na área da segurança digital, há criminosos que trabalham para encontrar fragilidades nas novas tecnologias e cometer crimes. Um exemplo disso é o aumento das fraudes bancárias, falsificação de documentos e assinaturas digitais, além de invasões em sistemas de segurança patrimonial e de veículos”.

O especialista em perícia criminal conclui afirmando que, mesmo com o avanço das tecnologias, os profissionais devem estar preparados e especializados na área para aproveitar da melhor forma o que o mercado oferece em termos de investigação e combate ao crime.

“Atualmente, existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas e que possibilitam uma grande melhoria nos trabalhos realizados em investigações e perícias. No entanto, para que sejam relevantes, o profissional precisa estar treinado para utilizá-las e deve aproveitar ao máximo sua capacidade de interpretação de vestígios e evidências. No combate ao crime, as melhores ferramentas tecnológicas são aquelas que envolvem a criação de barreiras de segurança, como a verificação de autenticação em mais de dois fatores, a criação de senhas de acesso com combinações alfanuméricas e a utilização do fator humano na conferência e certificação de autenticidade”, conclui Hélio Magalhães.

Entre as novas ferramentas tecnológicas destacam-se:

CMV: Sistema de Monitoramento Veicular que realiza a leitura das placas dos veículos nos pedágios e alerta caso algum veículo procurado esteja no local.

Sistema UFED: Permite o acesso aos dados armazenados em dispositivos móveis, mediante autorização judicial.

Esses dois sistemas são considerados inovadores e contribuem significativamente para o mundo moderno das investigações. O investimento em tecnologia na área de investigação criminal é de suma importância, não apenas para solucionar crimes considerados insolucionáveis, mas também para preveni-los.

Por Karleandria Araujo.