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A escolha do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB-SP) para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), pasta que será recriada e abriga a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), acende o alerta para a indústria no Amazonas.

Isso porque no período em que Alckmin foi governador de São Paulo, estado com a maior produção industrial do país, implantou medidas que enfraqueceram a Zona Franca de Manaus (ZFM) para beneficiar o setor paulista. Essas ações e outras falas criticando a isenção tributária para as empresas instaladas no Amazonas fizeram com que o político ganhasse a pecha de “inimigo da Zona Franca”.

Apesar das garantias dadas pelo presidente eleito Lula (PT) de que o novo governo irá preservar o modelo econômico, a indicação de Alckmin, que acumulará a função de ministro com a de vice-presidente, divide opiniões entre as lideranças da indústria.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes Produtos Eletroeletrônicos, Jorge Nascimento Júnior, avalia como positiva a escolha para a indústria brasileira e para a ZFM pelo alinhamento e proximidade de Alckmin com Lula. Em relação ao passado de Alckmin no governo paulista, Jorge disse que o papel dele e o momento são totalmente diferentes.

“Ele, como vice-presidente da República e no cargo de ministro, tem que pensar num país como um todo e não pode tender a um lado ou a outro. Vai ter que ter um pensamento republicano, estadista. Ele tem plenas condições, conhecimento técnico e habilidade para atender a indústria do país todo”, afirmou.

Demandas regionais
O presidente da Federação das Indústrias do Amazonas, Antonio Silva, disse que o intuito inicial era de que algum representante direto da classe industrial assumisse a pasta, pois isso facilitaria a compreensão das necessidades urgentes do setor.

“Apesar das discussões, sempre técnicas e respeitosas que tivemos com o vice-presidente quando de suas passagens como governador de São Paulo, entendo que, à frente de uma pasta tão importante para o país, deverá estar diligente para as demandas nacionais e não regionais ou setoriais”, disse Silva.

Antonio Silva disse que o objetivo da entidade é estreitar as convergências para prevalecer o tratamento constitucional diferenciado e a preservação da competitividade do modelo de desenvolvimento.

O economista e empresário Wilson Périco disse que irá acompanhar a composição do MDIC, principalmente, quem estará à frente da Suframa. “É importante ter pessoas que entendam o modelo, que tenham força política, conteúdo para dialogar e defender os direitos dos empregos gerados pelos investimentos aqui na Zona Franca”, disse o ex-presidente do Centro da Indústria do Amazonas.

*Com informações do Toda Hora.