Os gêmeos Mizael e Moises Menezes Ramos, 48 anos, nasceram em Alenquer-PA, mas construíram sua trajetória profissional em Manaus. Localizada na rua Abílio Alencar, no bairro do Alvorada, Zona oeste de Manaus, a barbearia conquistou todo o seu espaço no bairro, e se tornou referência no município. E para contar um pouco sobre essa história, nossa equipe de reportagem foi até o empreendimento conhecer de perto, onde tudo começou.
A barbearia teve início no ano de 1992, com o patriarca da família Ramos, Sr. Josias Pereira Ramos, 93 anos, que chegou do Pará, trazendo seus 13 filhos, onde somente dois migraram para essa profissão. Quem conta para a gente é o Mizael, mais conhecido como “cabeça”, que junto ao irmão trabalha há pouco mais de 30 anos e coleciona diversos clientes desde que começou no ofício.
“A gente fcava em casa, não tinha o que fazer e aí a gente pegava a tesoura e começava a ver os cortes dos vizinhos, das crianças e começava a cortar. Aí um belo dia, em um domingo, o meu pai viu a gente cortando os cabelos dos meninos na rua e falou: ‘Ei, rapaz, vocês cortam cabelo igual os barbeiros, meus colegas lá da barbearia. Vou colocar vocês para entrar na minha vaga lá”, aí ele trabalhava na Rua 7, no Alvorada 2, e aos domingos depois de meio dia levava a gente pra lá. O dono da barbearia gostou da gente, e dividimos a cadeira. Depois de um ano trabalhando, meu irmão se juntou com o meu pai e abriu o primeiro ponto. E antes dos 18 anos já montamos a primeira barbearia. Hoje em dia estamos a trinta anos naquela, e agora estamos migrando com essa primeira filial”, conta Misael emocionado.
Mizael conta contente, o quanto é lembrado por seus ex- parceiros e alunos. “Durante esses trinta anos nós já formamos barbeiros que hoje trabalham em vários lugares do mundo, como na Argentina, Rio Grande do Sul, Gramado, e outros que trabalham em shoppings de Manaus”, disse Misael.
Moisés Menezes Ramos, 48, irmão gêmeo Mizael destaca que o empreendimento já está na segunda geração, passado de pai para filho. No entanto, por não ter filhos, a passagem para a terceira geração tornou-se inviável, porém Moisés decidiu lecionar um curso de cortes para expandir o legado.
“Como não temos filhos nós passamos o conhecimento, formando outros barbeiros. Eu sempre leciona cursos gratuitos pelo instituto Rei Davi, mas a ideia é que nós tenhamos o nosso próprio instituto para que a gente possa levar ajuda para aquelas pessoas mais carentes, que se interessem pela profissão”, disse Moisés.
Apesar das dificuldades enfrentadas no período da pandemia de covid-19, os irmãos acreditam que sua profissão se mantém graças a tradição do empreendimento aos clientes e amigos fiéis consolidados durante essas 3 décadas de existência, somados a muita dedicação e ao cuidado que preza pelo trabalho. Entre muitas das histórias vividas dentro do estabelecimento, o Sr. Henrique, um dos clientes mais antigos, conta com entusiasmo que chegou a levar seu filho ainda criança para cortar.
Criando Raízes
A história dos irmãos gêmeos deu origem a outros capítulos, como é o caso do Luiz de Carvalho, 48, que é gerente na barbearia hoje em dia, e conta como começou a sua carreira no ramo.
“A minha história começou há 20 anos atrás, quando eu cortava na minha casa, eu só cortava o cabelo dos parentes e comecei a ir para os mutirões de cortes que os donos da Ramos promoviam, como eu era tímido eles me instruíram a ir para os mutirões que tinham nas comunidades, no Terra Nova, Alvorada, e no horário de meio dia a gente ia pra lá, ficava na reserva dele cortando cabelo e cortando em casa, e um belo dia ele me fez um convite, porque eu só queria cortar dos conhecidos, igual aquele medo de quem esta aprendendo a dirigir, e com o passar do tempo se tornou algo natural, e hoje estou a 20 anos nessa empresa. Por meio de um dom natura, toco na noite por hobby e sou formado em Educação Física, tudo graças a minha profissão .Outra
Entre muitos pupilos da Barbearia Ramos encontramos o Justino Rodrigues Conceição 44, que começou cortando cabelo de forma amadora e hoje é um dos grandes profissionais que somam na empresa.
“Eu comecei cortando no fundo de casa, na época o corte era 2, 3 reais, em seguida eu arrumei um emprego como vigilante, com a carteira assinada. Mas os donos daqui da barbearia sabiam que eu cortava um pouquinho, e aí eu comecei trabalhar com eles aqui varrendo durante o dia, pois eu trabalhava a noite. E depois fui me especializando, eles me deram a oportunidade e fui me aperfeiçoando com cada um dele, inclusive com os gêmeos e o Marcelinho, e isso pra mim foi bom, cheguei até tirar a folga do Mizael em uma barbearia conceituada aqui da cidade e essa é a minha história, estou com 11 anos. trabalhando por aqui com eles.” relembrou