Dias antes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgar os dados atualizados de desmatamento na Amazônia, chegando a 1.661 km² em agosto, Jessilane Alves, Sophia Abrahão, Amanda de Godoi e Polliana Aleixo estiveram conosco em Porto Velho, entre os dias 31 de Agosto e 03 de Setembro, para ver de perto a intensidade da destruição que está assolando a floresta amazônica nos últimos meses.
A atividade proposta pelo Greenpeace Brasil teve como alvo a região da AMACRO. Nessa região, a cidade de Porto Velho tem se consolidado como uma verdadeira capital regional da economia da destruição, marcada pela expansão predatória do agronegócio, grilagem e retrocessos socioambientais, por isso, foi a base escolhida pela equipe para essa experiência.
Sobrevoando a região, o grupo avistou extensas áreas desmatadas nos últimos meses e já consumidas pelo fogo – polígonos de 100 a 2300 hectares, que correspondem, respectivamente, de 140 a 3200 campos de futebol padrão Fifa.
“Foi uma experiência muito impactante, quando a gente vê essa área grande sendo devastada é um pedaço do coração que fica ali e a gente sabe que, infelizmente, o prognóstico é negativo. Então, é um misto de emoções: muita frustração e tristeza de ver tudo isso que está acontecendo”, contou a atriz Sophia Abrahão.
“É assustador, a gente consegue ter uma visão de áreas totalmente preservadas, uma floresta super fechada, bem densa, e logo em seguida você vê áreas totalmente abertas, desmatadas, queimadas. Algumas áreas nós nem conseguimos ver o solo direito, porque tinha muita concentração de fumaça. Fora isso, tem outras questões, como a forma como isso impacta diretamente nossa vida, nosso cotidiano, tanto em relação a questões ambientais, mas também saúde pública, toda essa massa de fumaça, que é formada a partir das queimadas, vai migrando pras cidades.”, contou a bióloga e influenciadora Jessilane Alves.
A viagem também contou com uma parte terrestre, na região de Candeias do Jamari, segundo município mais desmatado em Rondônia, entre agosto de 2020 e julho de 2021, ficando atrás apenas de Porto Velho. Lá, puderam ver de perto áreas recém queimadas.
Quando perguntamos sobre a gravidade da situação, a atriz Amanda de Godoi declarou: “a situação é absolutamente grave, e eu acho que essa é a importância de estarmos aqui pra passar a informação e compartilhar conhecimento, só com essa conexão que conseguiremos de fato conscientizar e buscar diminuir ou frear, porque tem coisas que já não voltam mais. A nossa geração é a última que pode realmente reverter essa situação.”
Dados do INPE, divulgados no dia 01 de Setembro, mostram que agosto registrou 33.116 focos de calor no bioma Amazônia – todos ilegais, já que desde 23 de junho está em vigor o Decreto Nº 11.100 que proíbe o uso do fogo na Amazônia e Pantanal. O número alarmante mostra que não existe uma política séria de combate ao desmatamento e queimadas na Amazônia que, além de destruir a rica biodiversidade da floresta, enchem as cidades da região de fumaça e fuligem.“Para isso (desmatamento e queimadas) acontecer, realmente tem que ter uma organização de pessoas muito engajadas pra fazer e é isso que mais me assusta. A gente chegou (em Candeias do Jamari) e já tinha barulho de motosserra, e desde que chegamos eles estão cortando árvores.”, relatou Polliana Aleixo.
Com informações do Greenpeace*