Marília Mendonça não é cantora nem ícone da sofrência. Ela apenas, por acaso, tem o mesmo nome da estrela sertaneja, que morreu nesta sexta-feira (5), em um desastre aéreo. Ainda assim, a editora mineira chegou a ter um gostinho do sucesso da sua homônima goiana.
Em um texto publicado em seu perfil de Facebook neste sábado (6), Marília Mendonça homenageou a cantora e compositora e contou como era viver com seu mesmo nome. No post, que viralizou na web, ela recorda que no início não recebeu bem as piadinhas com seu nome — nem as muitas solicitações de amizade nas redes sociais.
Em pouco tempo, porém, percebeu como a cantora era amada: “Mas o desconforto pelas piadinhas sem graça que imaginei que enfrentaria durou pouco. Pelo simples fato de que Marília era tão, tão amada que sobrou até pra mim um pouquinho desse afeto. Sim, meus caros, as pessoas me tratavam melhor pelo simples fato de eu ter o mesmo nome do ídolo delas. A vendedora exausta no fim do expediente; o fiscal do shopping que tinha que atender, sem paciência, aos distraídos que haviam perdido o ticket do estacionamento; o gerente do banco que já estava no 20º cliente do dia… Todos abriam um sorrisão ao digitarem meu CPF no sistema e descobrirem meu nome: “É sério? Seu nome é Marília Mendonça mesmo?”.
A Marília mineira disse ainda que não conhece sertanejo, mas que sempre admirou a cantora “revolucionária”. Incrédula com a notícia, chegou a receber telefonemas para saber como estava. “E para além dos números que a tornaram o maior fenômeno da música brasileira dos últimos anos, Marília conseguiu ontem o impensável: unir um Brasil polarizado e já tão despedaçado por pandemia e desgoverno em torno da dor da sua partida. Numa semana difícil, em que já havíamos perdido um monstro sagrado, o pianista Nelson Freire”, completou.