Foto: AP Photo/Hatem Ali

No sábado, 7 de outubro, o grupo extremista Hamas lançou ataques em Israel, incluindo Jerusalém e a capital, resultando em vítimas e reféns. Esses conflitos, como o de Israel e o Hamas, têm repercussões que vão muito além de suas fronteiras geográficas, afetando aspectos políticos, financeiros, ambientais e sociais. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu um cessar-fogo e sublinhou a necessidade de uma solução de dois Estados para a estabilidade da região.

Os mercados globais reagem com quedas nas principais bolsas, aumento do dólar e dos preços do petróleo, enquanto no Brasil, a inflação preocupa a população. A instabilidade internacional pode manter os juros altos nos Estados Unidos, impactando o câmbio e investimentos em países emergentes.

Do ponto de vista social, o sociólogo Luiz Carlos Marques destaca que não há um único vilão no conflito e que ambos os lados sofrem perdas. Ele ressalta a complexidade do conflito, com ênfase nas consequências humanitárias e a situação das crianças envolvidas. Luiz enfatiza que Gaza é vista como uma prisão a céu aberto, onde as pessoas buscam liberdade, mas enfrentam restrições impostas por Israel.

“É uma guerra que não pode ser vista apenas por um lado. O Hamas pratica um ato que no mundo ocidental chama de terrorismo. Quando os nazistas invadiram a França, eles chamavam a resistência de Paris de terrorista. Israel invadiu as terras da Palestina e os resistentes, Hamas, Hezbollah e outros, são chamados de terroristas. Israel faz o terrorismo de estado, jogando bombas, inclusive bombas ilegais, bombas químicas, por isso ele foi condenado nas cidades, matando civis inocentes. Só para ter uma ideia da situação, uma criança, de 12 anos, Palestina, é considerada adulta, em Israel, então veja, Israel vai lá, prende crianças de 12 anos de idade e ninguém diz nada, todo mundo fica calado”.

“As consequências humanitárias são uma catástrofe. Os dois lados vão sair perdendo, são vidas que vão ser ceifadas, é preciso que haja uma mediação, uma vontade de manter a paz, porque é impossível você ter paz nessas condições. Eles vão sempre estar como resistentes, a percepção que eles têm é que nós fomos invadidos, a nossa terra foi tomada e nós temos que resistir. Isso vai fazer com que transforme esse problema em guerra, pois Israel não quer ceder. Israel invadiu as terras dos palestinos e não quer ceder em nada”, ressalta.

Carlos finaliza frisando que a Faixa de Gaza é considerada uma prisão a céu aberto, uma com um povo que luta pela liberdade. “A Faixa de Gaza hoje é considerada uma prisão a céu aberto. Gaza, é do tamanho de Brasília mais ou menos, bem pequena. Lá moram mais de 2 milhões e 60 mil pessoas aglomeradas , não tem saída para nenhum canto, não tem comida, é como se fosse uma prisão, um apartheid mesmo, que Israel não deixa ninguém entrar e nem sair de lá. Você tem que ter autorização de Israel para tudo ou seja, é uma prisão em que as pessoas estão tentando se libertar. E Israel não deixa.” concluiu Luiz Carlos. 


Alguns amazonenses também sentem a tensão, percebendo o conflito como um fator econômico. Para Elizabeth Lemos, professora de língua inglesa, enfatiza que as guerras têm ramificações globais, afetando especialmente os mais vulneráveis. Ela expressa sua preocupação com o aumento dos preços do petróleo, que pode impactar negativamente a economia mundial. “Não vivemos isolado do resto do mundo, estamos conectados, o que acontece lá do outro lado, a gente fica sabendo em tempo real, então isso mexe sim com todos, não é só Israel que vai sofrer as consequências de um ataque, o mundo todo pode sofrer economicamente com isso em especial os mais carentes, mais cedo ou mais tarde a gente vai sofrer, ainda mais se os barris de petróleo aumentarem, temos informação em tempo real e isso às vezes nos coloca em pânico”, diz a professora.