Cresci em meio a um Carnaval diferente das grandes capitais, o carnaval de interior. Lá a mistura de lazer com geração de emprego e renda, que mexe com a economia local impera. Mas diferente da cidade grande, de um tudo se vende um pouco enquanto uns se divertem, outros geram seu ganha pão.
Uma lembrança especial que tenho de carnaval de interior foi em meados de 2002. Meu pai decidiu colocar uma barraca de sorvete e caipirinha, para vender na avenida principal da minha cidade, Coari. A construção que continha apenas madeiras, uma lona azul e comportou e bem a freezer e uma pequena mesa que servia para o caixa. Dali, durante três eu vendia com meu pai nossos produtos e observava a movimentação dos blocos de rua e euforia dos coariense. Vi tanta coisa alegria, bem como absurdos também.
Sim, tinha bebida, euforia, alegria, sorrisos, cantoria, mas não podemos negar que em meio ao carnaval também existe o assédio sexual, as brigas, os roubos e confusões.
Todo cuidado é preciso. Mulheres e homens que bebem, devem ficar atentos a seus pertences, a pessoas próximas demais.
A “importunação sexual”, ou seja qualquer prática de cunho sexual realizada sem o consentimento da pessoa é crime, de acordo com legislação penal brasileira vigente, com pena de 1 (um) a 5 (cinco) anos, podendo ser agravada se o agressor tiver relação afetiva com a vítima (13.718/18 e art. 215–A do Código Penal).
Nesses casos, procure um policial mais próximo, esteja sempre ao lado de amigos que não consomem bebida alcoólica, evite levar objetos de valor para seus bloquinhos.
A essência do Carnaval de interior, jamais deve ser manchada, por toda entrega e verdade que vemos numa população que só quer se divertir e ser verdadeiramente feliz, afinal é carnaval. É alegria. É amor e diversão com boas garantias de que desta vida, só levamos nossos momentos bons.
Bom fim de festa a todos,
Feliz quarta-feira de cinzas!
Islânia Lima é jornalista profissional, assessora de comunicação, editora do site Repórter Cabocla e articulista do portal Amazônia Press.