Foto: Helder Reis
Espalhando o espírito natalino e a fraternidade por onde passa, o Papai Noel Loránd Jelényi presenteou a redação do portal Amazônia Press com uma visita mais que especial. Em entrevista exclusiva ao portal Amazônia Press, Lórand nos deu a felicidade de compartilhar um pouco sobre a sua história, sua trajetória como Papai Noel e sobre o que o levou a começar a fazer a alegria de inúmeras crianças e, até mesmo, jovens.
“O Papai Noel mora dentro do coração de cada um”, uma frase tão simples, mas que traz à tona o que o Natal desperta em cada um: a solidariedade. Foi com essa frase que Lórand começou a contar sobre a sua trajetória. Morando há 30 anos no Brasil, Loránd Jelényi veio da Hungria em decorrência de seus serviços militares como soldado da Legião Estrangeira, na Guiana Francesa. Vindo para o país em 1991, brinca que já mora há mais tempo no Brasil do que em sua própria terra.
Seu início no ramo veio por meio de um conhecido que trabalhava com publicidade e estava procurando uma Mamãe Noel. Sua falecida esposa foi escolhida e logo em seguida o indicou para ser o seu companheiro na atividade. “Ela disse que só seria a Mamãe Noel se eu fosse o Papai Noel. Graças a Deus que a minha aparência de muitos anos atrás é muito parecida com a do Papai Noel. Muito cedo, pelo meu biotipo, fiquei com esse aspecto. Não me aceitaram porque a minha barba era muito curta e prometi que nunca mais a cortaria”.
Vale ressaltar que o Bom Velhinho não percorre o país apenas durante o dia 25 de dezembro, data em que é celebrado o Natal, no decorrer dos anos Lórand já conheceu cada canto desse país sempre espalhando solidariedade e buscando despertar o melhor nas pessoas.
“Quando tentei ser Papai Noel pela primeira vez, não me aceitaram por ter a barba muito curta. Logo nesse primeiro ano, fiz uma viagem pelo interior do Amazonas entrando nos vilarejos e localidades. Andei mais de 2.500 km com o meu Jipe ao lado da minha Mamãe Noel, e chegamos em lugares aonde jamais haviam visto o Papai Noel, somente por meio de imagens. Nós presenteamos todas as crianças com o conseguíamos comprar. Agora essas crianças sabem que realmente o Papai Noel existe, sempre tento ser o mais verdadeiro possível”.
Enxergando tais acontecimentos como destino, o Papai Noel declarou que as principais mudanças em sua vida aconteceram perto das festividades natalinas ou até mesmo, no dia da comemoração. “Quando tinha 18 anos e saí da Hungria era dia de Natal; cheguei em Manaus, em 1992, era dia de Natal; parece até que alguns acontecimentos na minha vida sempre giram em torno dessa data. Inclusive, no mesmo dia que cheguei aqui, conheci a minha esposa”.
Muito emocionado, Loránd Jelényi não poupou palavras ao relembrar a sua infância na Hungria. Ele e seu irmão sempre ganhavam muitos presentes. Lórand relembra ainda que o seu pai era um grande colecionador. “Eu acho, hoje, que o meu pai não tinha infância. Na época da guerra, em que nasceu, ele não teve isso. Tem uma fotografia minha e do meu irmão muito criança sentados em frente à mesa com alguns trenzinhos. Qual é a criança que não tinha esse sonho? Eu imaginava que ele não teve infância e por isso ele queria nos presentear dessa forma”.
Sem poupar as lágrimas, Loránd Jelényi se mostrou muito emocionado e gratificado ao explicar como se sente ao ver a alegria das crianças quando o vê. Além disso, compartilhou com a gente qual foi o momento mais marcante que vivenciou durante a sua trajetória como Papai Noel.
“É muito gratificante, se você é uma pessoa daquelas que gosta de criança, tem paciência, escuta… Isso faz bem para você. Eu recebo muitas cartas de crianças carentes que precisam realmente de algum presente e sempre ajudamos. Tem gente que pede colchão para dormir, uma cadeira de rodas ou um rancho, inclusive, alguns amigos e empresários até mesmo me ajudam a realizar essas ações. O momento que mais me marcou foi de um garoto autista que ia lá comigo todos os dias e só falava ‘bicicleta azul’, a mão foi até mim e explicou que o maior sonho dele era ter uma bicicleta. Com os amigos, comprei a bicicleta e entreguei para ele. Tenho várias histórias assim, poderia falar por horas e horas”.
Sem deixar a emoção de lado, relembrou que esse será o segundo ano em que trabalhará como Papai Noel durante a pandemia. “Infelizmente é o segundo ano de Natal durante a pandemia. Ano passado já prometia para as crianças que nesse ano iriam ganhar um beijo e um abraço, só que isso não aconteceu ainda já que a pandemia não acabou. Nos anos anteriores elas poderiam chegar comigo, sentar ao meu lado e tirar algumas fotos. Ano passado isso já não aconteceu, tenho que ter um certo distanciamento e usar máscara. Já não tem mais aquele calor humano, mas do mesmo jeito eu converso com eles e os escuto. Infelizmente nesse ano a promessa não poderá ser cumprida, e agora já estou prometendo de novo que ano que vem vai ser cumprida”.
Por fim, finalizou a entrevista deixando uma mensagem especial para que todos se conscientizem e escolham a vacina como a arma mais forte contra a Covid-19: “Desde o ano passado, estou pedindo para que as pessoas acendam uma vela na Noite de Natal em homenagem à todas as pessoas que faleceram por conta da Covid-19 e um minuto de silêncio para homenagear a família dessas pessoas. Já são mais de 600 mil mortos no Brasil. Graças a Deus esse número está diminuindo e com certeza isso vai parar um dia. Se Deus quiser, a pandemia vai acabar! A vacinação já está bem avançada aqui no Brasil. Temos que vacinar todo mundo. Não só por você, mas também pelos outros. Inclusive já tomei as minhas três doses. Por favor, se vacinem! Isso é muito importante para conseguirmos passar por isso”, finalizou.
O Papai Noel pode ser visitado, das 13h às 14h e das 17h às 21h, no Manauara Shopping localizado na Av. Mário Ypiranga, 1300, bairro Adrianópolis, zona Centro-Sul de Manaus.