Você tem raiva no trânsito?
Você é aquela pessoa que dirigi impaciente, vive brigando verbalmente sem que o outro escute porque os vidros estão fechados ou por que o outro entrou na sua frente? Acontecimentos assim, são comuns no trânsito. Mas, existe a raiva e o (TEI) transtorno explosivo intermitente que é completamente diferente.
Você sabe diferenciar uma coisa da outra?
Então, todos nós já passamos por situações delicadas quando estamos dirigindo. São situações inesperadas e perigosas, é quando alguém nos tira a frente, passa sem perceber, sem prestar atenção aos riscos ou freia bem perto do nosso carro. Se isso ainda não aconteceu com você, você já deve ter assistido alguma cena constrangedora, alguém que coloca a mão na buzina e segura na intenção de ofender o outro, baixa o vidro e chama aquele palavrão, solta do carro e vai agredir o outro. Esse gesto intenso, fora dos padrões é raiva? Não, essas ações desmedidas e fora do contexto pode ser o transtorno explosivo intermitente.
O que é o (TEI) e o que é raiva? Vamos separar os dois.
Então, nós estamos no trânsito, o trânsito aqui no Brasil é um pouco caótico, algumas cidades são melhores e outras nem tanto, claro que existem lugares piores, mas, vamos citar o trânsito no nosso País.
O trânsito é agitado, perigoso e muitas vezes nós passamos muito tempo para chegarmos num determinado local.
Como evitar ou minimizar a raiva?
Você pode? Sim, pode.
Se você está no trânsito, conhece o percurso, você precisa se organizar nesse tempo, nesse espaço. Então, você tem claramente o tempo provável que vai gastar nesse percurso, agindo assim você já está trazendo qualidade de vida. Perceba que tudo que nos acontece tem um gatilho, que dispara em nós uma sensação desagradável, a raiva, o estresse ou o transtorno, esse transtorno é conhecido vulgarmente falando pelas pessoas, como a “Síndrome do pavio curto ou a síndrome do Hulk” lembram do filme do Hulk? Aquela pessoa que está controlada e de repente ela vira o homem verde que pode destruir tudo, explodir tudo.
A diferença da raiva para este transtorno é que na raiva você percebe a sua mudança de comportamento e pode evitar as explosões, no (TEI) você não percebe. O transtorno é crescente, você perceba as situações do exterior e dá aos acontecimentos, um sentimento muito maior ao que de fato possuem. Na raiva, quando você percebe, você dá uma respirada e tenta manter o controle do seu próprio comportamento, dessa sensação desagradável que tomou conta de você, já o transtorno ou a síndrome do pavio curto como é chamada, não é assim, ela pode surgir do nada, tudo que está acontecendo ao seu redor, você traz para si, como algo pessoal, o transtorno não acontece só no trânsito, pode acontecer em casa, no trabalho, numa festa em qualquer lugar, em qualquer momento.
Como identificar se você é portador do (TEI) ou se você teve só um dia difícil?
Primeiro, é fundamental você se autoconhecer, é importante você conhecer os gatilhos que são desagradáveis e que roubam de você qualidade de vida, é claro que muitos de nós, nesse processo de autoconhecimento, ainda não possuímos esse mecanismo, mas é importante salientar que, o transtorno é crescente e você fica “cego”, você vai agir por impulso, uma raiva incontrolável, você é tomado de uma fúria, dominado, você quebra as coisas, joga tudo que está na sua mão, se a “raiva” é por uma outra pessoa, você ataca a pessoa fisicamente ou verbalmente. Percebeu o descontrole? Depois de um tempo, e somente depois de um tempo, onde você já agrediu, já se prejudicou e prejudicou o outro é que você vai perceber e se perguntar: “O que eu fiz?” porque nem você tem noção do que fez. Aí, você vai parar e tentar analisar a cena pelo que as pessoas vão falando, se você foi filmado tendo esse tipo de atitude, você terá a dimensão exagerada da sua ação, você fica envergonhado, percebe que pisou na bola, entende que teve um comportamento inadequado.
Se isso está acontecendo com você, meu amigo(a), vamos procurar atendimento médico ou psicológico, para que possa identificar o transtorno, avaliar a necessidade de medicação ou de psicoterapia. Algumas vezes será necessário um ansiolítico ou um antidepressivo, a avaliação do médico com relação a medicação é de extrema importância, muitas vezes não será necessário o uso de medicação, somente o acompanhamento psicológico e mudança de comportamento ajudará você nesse contexto. Cada caso é único.
Em conjunto com a medicação é fundamental que você faça a psicoterapia, para poder se conhecer, para aprender a “controlar” esses momentos. A mudança de comportamento é realizada com a psicoterapia. Existem técnicas especificas para cada caso, o processo terapêutico ajudará você a entender o que acontece, identificar os gatinhos. Conhecendo seu comportamento e os gatilhos, terá competência para alterar a mudança antes da explosão.
Você pode estar se perguntando: existe cura para isso? Bem, existem pesquisas que narram que não há cura, mas, existe controle, a medicação e a psicoterapia. Também é importante explicar que o transtorno acomete homens e mulheres. As mulheres na sua (TPM) síndrome da tensão pré-menstrual, podem apresentar com mais facilidade o transtorno, porém é mais identificado nos homens.
O importante é saber identificar se você está com o transtorno ou se é uma explosão de raiva. Saber lidar com a situação e “controlar” é essencial. Ter clareza do que você pode e deve fazer nos momentos difíceis é substancial. Adianta buzinar? Você sabe que não, a lógica diz que não. Para que baixar o vidro e ofender o outro? Você não sabe se o outro está armado e vai correr risco de vida por que? Aqui entra um fator que eu acho interessante, obviamente ele pode ser o controlador e facilitador de qualidade de vida, eu estou falando do medo, o medo tem a função de nos proteger de perigos. (neste sentido).
Uma pessoa que não tem medo, baixa o vidro e ofende o outro, numa briga sem sentido, leva um tiro e morre. Infelizmente essa é uma realidade. É preciso evitar as brigas no trânsito ou em qualquer outro lugar. É claro que uma pessoa com o (TEI) não tem noção, muitas vezes são os amigos que alertam você dos seus excessos. É preciso identificar antes de ter a explosão, É com a psicoterapia e o acompanhamento médico, que você passa a entender o que acontecia com seu comportamento, antes disso você não tem nem noção, você só percebe depois que quebrou o vidro do carro da outra pessoa, depois que bateu num colega de trabalho. Você vai perdendo qualidade de vida, vai sendo humilhado, as pessoas começam a se afastar, porque ninguém quer conviver com uma pessoa tão agressiva.
Hoje em dia, todos nós buscamos qualidade de vida, qualidade nos relacionamentos. O dia já é tão corrido, vamos pensar em trazer essa qualidade de vida para o trânsito ou em qualquer lugar que você vá, respeite, exige do outro respeito e também saiba dar. Quando você respeita e trata o outro com respeito e atenção você também será bem tratado. Todos nós gostamos de ser bem recebidos. Vamos pensar nisso?
Agora você já sabe separar e vai poder avaliar se você dá conta sozinho ou se precisa de ajuda.
Espero que tenha gostado do tema.
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