O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que confia no ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro estava pressionado pela decisão do governo de aceitar mudar o teto de gastos para pagar um Auxílio Brasil (novo Bolsa Família) de R$ 400.
“Eu tenho confiança absoluta nele. Ele entende as aflições que o governo passa”, disse, no Ministério da Economia, ao lado de Guedes.
Bolsonaro também defendeu o auxílio de R$ 400 e disse que não haverá aventuras.
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“Esse valor decidido por nós tem responsabilidade. Não faremos nenhuma aventura, não queremos colocara em risco nada no tocante à economia”.
Depois da saída de quatro secretários do Ministério da Economia no começo da noite desta quinta-feira por discordarem de mudanças no teto de gastos, a permanência de Guedes no cargo se tornou dúvida.
Além da discordância em relação à revisão do teto de gastos, o receio de se tornarem alvo de investigações de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público também motivou a nova debandada da equipe de Paulo Guedes. O temor de ligar seus CPFs a decisões polêmicas como essa é um receio frequente entre os técnicos, já que os órgãos de controle podem questionar atos até anos depois.
Bruno Funchal, que pediu demissão nesta quinta-feira do cargo de Secretário do Tesouro e Orçamento, era um dos que mais resistiam à ideia da revisão do teto. Além dele, também pediram afastamento o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, e os secretários adjuntos de Funchal e de Bittencourt, respectivamente Gildenora Dantas e Rafael Araujo.
O teto de gastos é uma regra fiscal que limita o crescimento de despesas da União à inflação do ano anterior. Ou seja, na prática, não há aumento real de despesas. Para viabiliar o pagamento do novo Auxìlio Brasil de R$ 400, essa fórmula foi alterada na PEC dos Precatórios, aprovada em comissão especial da Câmara dos Deputados ontem.