Embora “Malhação” tenha sido retirada da programação da Globo em 2020, a série permanece como um marco na televisão brasileira, responsável por revelar e consolidar muitos jovens talentos ao longo de suas décadas de exibição. Entre os nomes que brilharam nas telas, destaca-se Pedro Vasconcelos, ator e diretor que fez história ao protagonizar a temporada de 1997. No entanto, por trás da fama e do sucesso, Vasconcelos enfrentou um desafio pessoal devastador: um vício em drogas que quase destruiu sua vida.
Pedro Vasconcelos começou sua trajetória artística na década de 1990, quando a Globo estava em plena efervescência na produção de novelas e séries teen. “Malhação” se tornou um fenômeno cultural, abordando temas relevantes para a juventude e servindo como um trampolim para muitos de seus atores. Vasconcelos, com seu carisma e talento, rapidamente conquistou o público, tornando-se um dos galãs da série.
Entretanto, foi ao interpretar um personagem dependente químico na minissérie “O Portador”, exibida em 1990, que sua vida tomou um rumo inesperado. Em um desabafo nas redes sociais, o ator revelou como a imersão no papel afetou sua saúde mental e emocional. “Fui interpretar um personagem viciado em drogas… E acabei me tornando um também! Parece surreal, não é? Mas foi exatamente o que aconteceu”, confessou.
As dificuldades começaram durante o processo de preparação para o papel. Vasconcelos explica que o laboratório para a construção de seu personagem exigiu que ele se conectasse com a realidade da dependência química, algo que, em vez de ajudá-lo a atuar, o aprisionou em um ciclo destrutivo. “No caso do personagem, o uso de drogas pesadas seria uma experiência importante para realizar meu trabalho. A partir dali, peguei a energia daquele ser humano, comportamental, mental e emocionalmente, e me destruí”, afirmou.
A jornada de Vasconcelos foi marcada por um profundo desespero. “Minha vida virou de cabeça para baixo, e o vício me prendeu de uma forma que eu jamais imaginei”, relatou. Ele se viu perdido, escravo de comportamentos autodestrutivos que lhe foram impostos pela busca de um desempenho perfeito no papel. O que começou como uma interpretação se transformou em um pesadelo que afetou não apenas sua carreira, mas também sua vida pessoal e relacionamentos.