Hoje li na página do Facebook do amado Pastor Guilherme Oliveira uma
Carta Aberta aos Pastores e Igrejas Batistas filiadas à Convenção
Batista Brasileira (CBB), pela qual tenho que parabenizar pela firmeza e
elegância com que trata as questões doutrinárias e estatutárias da
amada denominação, sem, contudo, atacar ou menosprezar os demais
irmãos, os que pensam diferente, os que não são filiados à CBB e os
das outras denominações. Infelizmente, assim como o Facebook está
infestado de falsos profetas, falsos cristos, destilando heresias,
mentiras e doutrinas diabólicas, tem também os pretensos defensores da
sã doutrina, que seriam de uma utilidade enorme se não usassem o
pretexto de defender a sã doutrina somente para atacar, agredir e
menosprezar os que pensam diferente ou até aqueles que não conhecem a
palavra de Deus. Precisamos entender, e eu aqui não quero abrir um
canal para discussão e nem impor o que acho ou o que penso, que existem
muitas exigências estatutárias que beiram ao exagero. Há alguns anos
fui convidado para pregar numa igreja da mesma missão. O pastor foi
muito claro me pedindo para falar de comunhão, já que seria culto da
Ceia do Senhor. Pois bem, preparei-me e no dia combinado lá estava eu
para entregar uma mensagem para a igreja. Como de praxe, entrei e me
sentei na última fila de bancos. Quando o colega pastor chegou,
convidou-me para sentar-me na primeira fila. Levantei-me o segui até o
local que ele me indicou para sentar. Como tinha um ventilador bem em
cima de mim, resolvi mudar e fui para fila de bancos ao lado. Quando o
pastor notou a minha mudança, veio ao meu encontro e me pediu
gentilmente para sentar em outro banco, já que aquele banco era de uma
família tradicional da igreja e fora comprado pela própria família.
Achei meio constrangedor, mas obedeci. Afinal, eu era somente um
convidado. Às 19 horas em ponto um culto foi iniciado por um irmão,
que leu um versículo e fez uma oração. Um rapaz ao violão e uma
moça no vocal e aí deu-se início ao louvor. Cantamos somente um
louvor e depois um hino do Cantor Cristão, hino este proposto pela
assembleia. O pastor agora sobe à plataforma, vai em direção ao
púlpito, lê um versículo, faz uma oração e me apresenta como
pregador da noite e sutilmente avisa ao meu ouvido que a pregação
deveria durar no máximo meia hora, pelo que, mais uma vez obedeci. Logo
após o sermão, iniciou-se a Ceia do Senhor. O pastor da igreja tomou a
palavra, discorreu brevemente sobre a importância da comunhão e ele
mesmo passou a distribuir os elementos, começando pela última fila de
bancos, logo, de trás prá frente. Quando chegou no meu banco, como eu
estava sozinho no banco, ele passou direto e tomou o lugar no púlpito e
perguntou: Se alguém ficou sem receber os elementos, que levante a mão
e eu irei até você para servir. Claro que levantei a minha mão. Mais
uma vez, ele ignorou a minha mão levantada e entrou na cerimônia da
Ceia propriamente dita. Pegou o pão, deu graças e autorizou a igreja a
comer. Logo após, pegou o cálice, deu graças e autorizou a igreja a
beber. Quando terminou o culto, ele apressadamente veio até mim para se
justificar e disse que a Ceia do Senhor é só para os membros que
estão em comunhão e como eu não era membro da igreja, não poderia
participar da ceia do Senhor. Fiquei muito impressionado com esta
atitude. O que ela pode acrescentar na edificação da igreja de Jesus?
Estamos ignorando que foi para a liberdade que o Senhor nos libertou e
estamos criando as nossas próprias prisões. O que é pior, estamos
ignorando o propósito do Senhor que é justamente que sejamos uma
unidade e estamos dividindo. Estamos deixando de ser corpo para sermos
concorrentes. Lembrando que Jesus morreu crucificado. Quem morreu e foi
esquartejado foi Tiradentes.
QUE O SENHOR TENHA PIEDADE DE NÓS!