Nos últimos meses, a capital mineira enfrenta um longo período de estiagem, altas temperaturas e tempo seco. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) tem emitido alertas constantes sobre o perigo da baixa umidade relativa do ar e seus efeitos à saúde humana. A porcentagem de umidade tem se mantido entre 12% e 20%, enquanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza 60% como ideal.
Nos alertas emitidos, o Inmet cita os problemas de saúde que podem surgir devido ao tempo seco, como ressecamento excessivo de pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. A médica pneumologista, Michelle Andreatta, afirma que os grupos mais suscetíveis à baixa umidade do ar são as crianças e os idosos, que têm o sistema imunológico comprometido.
Michelle Andreatta sugere alguns cuidados que a população pode aderir para evitar a piora dos efeitos da baixa umidade do ar na saúde. Ela enfatiza o uso de máscaras N95 (específica da época da COVID-19 e útil para capturar 95% das partículas presentes no ar), especialmente para pacientes imunossuprimidos, como aqueles que usam constantemente corticoide e idosos com comorbidades, diabéticos, hipertensos, cardiopatas e pessoas com doença renal. É importante que esse ‘grupo saia de casa com máscaras’.
“As crianças e idosos não têm a mesma percepção de sede que os adultos e por isso é tão importante incentivar a hidratação constante. Particularmente, os idosos quase não sentem sede e geralmente não gostam de beber água, pois preferem alimentos palatáveis (alimentos saborizados). A falta de hidratação nesses dois grupos é muito mais grave.”, disse Andreatta.
Segundo a médica pneumologista Michelle Andreatta, durante esse período de tempo seco, redobrar a hidratação é primordial. Uma criança desidratada pode apresentar sintomas de febre e vômito constante.Nesse caso a única solução é a ‘hidratação venosa’. Os idosos podem sentir sonolência e confusão mental diante da falta intensa de hidratação no organismo.
Outros sintomas comuns à desidratação incluem:
• Ardência nos olhos, ‘confundido até com conjuntivite no caso dos idosos’;
• Prejuízo na saúde respiratória;
• Secreção espessa e densa;
• Tosse constante;
• ‘Dificuldade de puxar o ar’ gerando falta de ar;
• Dor no peito;
• Coceira constante pelo corpo especialmente no nariz.
“A população terá mais coceira no nariz, por causa da baixa umidade e também pela chegada da primavera (21 de setembro). Nessa estação do ano, o pólen das flores é proliferado em maiores quantidades causando maiores níveis de alergia”, explicou a médica.
Cuidado com as crianças e idosos:
A médica aconselha a não esperar que a criança peça água para incentivar a hidratação. A estimulação de ingestão de água e líquidos, como sucos naturais, precisa ser constante. Assim como a preferência por frutas com alta quantidade de água, como a melancia, o melão e a pêra.
No caso dos idosos, a pneumologista alerta para o índice glicêmico dos alimentos ingeridos, a fim de evitar o agravamento de doenças como diabetes. “Mesmo que os idosos prefiram alimentos com mais sabor, a água continua sendo a principal fonte de hidratação. Sucos naturais contêm muito açúcar; substituí-los por águas saborizadas com cascas de abacaxi pode ser uma ótima pedida ou chá gelado.”, aconselhou.
Hidratação inalatória
Andreatta ainda ressalta a importância da hidratação inalatória, que melhora a qualidade do ar de ambientes fechados, como quartos. O uso de umidificadores é recomendado nessa época do ano, assim como técnicas caseiras. “Uma bacia larga com água perto da cabeceira ou até uma toalha molhada em cima do abajur (desde que o objeto não absorva a umidade), ajuda a manter a umidade do ambiente.”, concluiu a médica pneumologista Michelle Andreatta.
O Tempo