Roseane Barros, mãe do pequeno Theo Augusto, de 4 anos, falou novamente com a redação do portal Amazônia Press sobre as dificuldades que vem enfrentando após a um procedimento médico inadequado ao que seu filho foi submetido enquanto esteve internado na unidade hospitalar Hapvida Cachoeirinha/Rio Amazonas. O caso ocorreu em 2021 e, desde então, a família foi alvo de uma mudança drástica.
Com o auxílio de outra mãe também vítima da negligência e do descaso da rede hospitalar, Roseane pretende realizar uma campanha para que a criança tenha direito a uma cama hospitalar, carrinho de rodas adaptado (kimba), Parapodium (para que ele consiga ficar em pé), máquina de tosse (Cough Assist) e respirador com bateria portátil.
“Precisamos urgentemente de uma cama hospitalar para ele e tantas outras coisas, mas, no momento, logo de urgência é necessária uma cama. A minha vida mudou completamente e, desde então, estou na luta judicial contra eles. A luta por assistência e afins ainda é árdua e extremamente desgastante’, declarou.
Caso alguém esteja interessado em ajudar ou contribuir com essa mãe, pode entrar em contato com o número (92) 9513-0217.
Entrevista anterior
Em outra entrevista ao portal Amazônia Press, Roseane explicou sobre a situação que vem vivenciando. Em seu relato, declarou que a criança nasceu com uma condição muscular chamada artrogripose múltipla congênita, na qual não o impediria de viver uma vida normal e saudável até a idade adulta. De acordo com o relato da mãe, a criança entrou na unidade hospitalar Hapvida Cachoeirinha/Rio Amazonas, no dia 10 de junho de 2021, por volta das 10h, solicitando cuidados pois apresentava um quadro febril e de cansaço.
Na sequência, quando a criança estava na emergência, foi realizado um procedimento de resgate do cansaço, no qual, por decisão médica, seria necessário entubar a criança. Após a entubação, Theo foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu 19 dias entubado. As tentativas de extubá-lo ocorreram apenas duas vezes e não obtiveram sucesso, pois, segundo a mãe, ele estava com medo, trauma e pânico de sem o auxílio de aparelhos após toda a situação o qual foi submetido.
Até que os profissionais responsáveis decidiram que Theo deveria realizar uma traqueostomia para que ele respirasse sozinho e saísse da ventilação mecânica. Com o passar dos dias, várias situações ocorreram e a criança acabou adquirindo bactérias hospitalares.
Theo foi decanulado (como é descrito o processo de retirada da traqueostomia) várias vezes, pois duas vezes a cânula fugiu, sendo necessário novamente entuba-lo pela boca até recolocar novamente a cânula.
Ele foi submetido ao centro cirúrgico por quatro vezes para que fossem realizados acessos centrais, no qual, de acordo com a mãe, o último acesso não haveria necessidade de ser realizado, deixando cicatrizes na região da subclávia (par de grandes artérias do sistema cardiovascular no tórax que fornecem sangue ao próprio tórax, cabeça, pescoço, ombro e braços). A partir disso, Theo foi diagnosticado com uma pneumonia bacteriana.
“Theo foi diagnosticado com uma pneumonia bacteriana chamada Staphylococcus Aureus, onde foi tratada e depois dentro do hospital se infectou com outra bactéria chamada Pseudomonas no qual pela boca da médica plantonista ele estava com Sepse, uma infecção generalizada e foi novamente tratado com antibióticos,” explicou Roseane na entrevista anterior.
No decorrer dos dias, Theo apresentou melhoras nos exames de sangue. No dia 18 de julho de 2021, os pais relataram melhora clínica no filho. Theo já aparentava estar saudável em tudo, mas, ao chegarem no dia seguinte, se depararam com a criança usando uma sonda urinária e acesso periférico na mão. Além disso, ele estava sedado, inchado, com as pálpebras inchadas e totalmente inconsciente. Desde então, Theo se encontra em estado comatoso. Os exames anteriores mostram uma ressonância e tomografia catastrófica se comparado aos exames anteriores onde o menor apresentava somente uma condição muscular fraca e hipotonia.
“Agora em Julho fará 2 anos que o Theo está em coma vegetativo. Insumos, produtos de alimentação, materiais de higiene, equipamentos hospitalares, tratamentos alternativos, terapias alternativas, nada disso Hapvida nos fornece. Hoje infelizmente Theo é vítima de negligência médica e hospitalar, como um todo, onde sua vida e de sua família foram interrompidas, mudadas de rumo, tiraram a vontade dele de crescer e estudar e ter uma vida feliz dentro das limitações que possuía mas, era considerado normal. Hoje aos 4 anos em estado comatoso vigil vegetativo não anda, não fala, não interage, respira 24 horas por aparelho vital, ventilação mecânica, e se alimenta por sonda de gastrostomia”, finalizou a mãe da criança.