No cenário cultural do Amazonas, uma iniciativa promissora está tomando forma. A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em parceria com o Instituto Nacional Afro Origem do Amazonas (Inaô – AM) planejam a criação de um museu e uma biblioteca dedicados à história da cultura negra. Essa iniciativa tem como objetivo principal preservar a memória e a luta do povo negro, além de oferecer um espaço para o acesso e a disseminação desse conhecimento.
O reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Prof. Dr. André Zogahib, demonstrou seu apoio e interesse na criação do museu e da biblioteca da cultura negra durante uma reunião realizada no gabinete da Reitoria. No dia 12 de julho, o presidente do Instituto Nacional Afro Origem Amazonas, Christian Rocha, foi recebido pelo reitor para discutir os detalhes desse projeto promissor. O encontro aconteceu na sede da Reitoria, situada na avenida Djalma Batista, no bairro de Flores. Essa reunião representa a união de esforços entre a UEA e o Instituto Nacional Afro Origem Amazonas, reforçando o compromisso dessas instituições com a valorização e a preservação da história e da cultura negra no estado do Amazonas.
Durante o encontro, Christian Rocha, presidente do Instituto Nacional Afro Origem Amazonas, ressaltou a importância de criar cursos de extensão que abordem a história da África. O objetivo desses cursos é ampliar o conhecimento da comunidade acadêmica sobre temas relevantes, como o racismo estrutural, a cultura dos mestres de capoeira e as religiões de matriz africana. O presidente do instituto destacou a necessidade de promover uma maior compreensão e valorização da herança africana, buscando combater estereótipos e preconceitos ainda presentes na sociedade. Durante a reunião, também estiveram presentes o pró-reitor de extensão em assuntos comunitários, Prof. Dr. Darlisom Ferreira, e o professor Carlos Victor Bessa, reforçando o compromisso da UEA em apoiar e desenvolver iniciativas voltadas à valorização da cultura negra e à promoção da igualdade racial.
“Nossas demandas são históricas. Temos a proposta inédita de um curso de extensão sobre a história da cultura negra, além da criação de um museu e de uma biblioteca. Dessa forma, quando a sociedade amazonense buscar compreender como tudo foi constituído e como a luta continua, ela saberá onde encontrar informações sobre as dificuldades atuais. É fundamental formarmos uma sociedade consciente de sua história, que não seja inexistente. Por isso, lutamos pela memória contra o esquecimento, e essa luta será agora travada pelo movimento negro, porém com maior possibilidade de alcançarmos a vitória”, ressalta Christian Rocha.
O museu proposto será um espaço físico onde serão expostos artefatos históricos, documentos, fotografias e obras de arte que retratam a trajetória da cultura negra no Amazonas e no Brasil. Através desses artefatos, os visitantes terão a oportunidade de conhecer e se aprofundar nas raízes africanas presentes na formação da sociedade amazonense. Será uma chance de compreender como as contribuições negras moldaram a identidade cultural da região.
A biblioteca será um centro de referência, reunindo uma vasta coleção de livros, periódicos, teses, dissertações e outras publicações relacionadas à história e à cultura negra. O acervo será composto por obras de autores negros, estudos acadêmicos, literatura afro-brasileira, além de documentos históricos e registros audiovisuais relevantes. A intenção é fornecer um espaço para pesquisa e aprendizado, onde estudantes, pesquisadores e a sociedade em geral poderão se aprofundar na história e nas contribuições dos negros no Amazonas.
Além de preservar a história e disponibilizar o conhecimento, o museu e a biblioteca da cultura negra terão um papel importante na conscientização e na promoção da igualdade racial. Por meio de exposições temporárias, eventos culturais, palestras e debates, o espaço será utilizado como uma plataforma para discutir questões como racismo, desigualdade social e empoderamento negro. Essas iniciativas visam contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde a história e as lutas dos negros sejam valorizadas e reconhecidas.
Christian destaca que o reitor tem a habilidade de compreender tanto a linguagem da comunidade acadêmica quanto a linguagem da comunidade periférica, evidenciando sua relevância nesse contexto. Nesse sentido, ele ressalta a temática histórica em questão, observando que o acesso ao conhecimento histórico é limitado para muitas pessoas atualmente, enfatizando a necessidade de fortalecer essa conexão. A declaração demonstra o valor atribuído ao diálogo inclusivo entre diferentes comunidades e o empenho em promover maior acesso ao conhecimento histórico.
“Agradeço ao Prof. Dr. Darlisom Ferreira, e o professor Carlos Victor Bessa, bem como principalmente, ao reitor da Universidade do Estado do Amazonas, Prof. Dr. André Zogahib, pela receptividade, pelo respeito e pelo carinho, especialmente pela sensibilidade em relação à nossa demanda. Ele é alguém que compreende tanto a linguagem da comunidade acadêmica quanto a linguagem da comunidade periférica, e isso é de extrema importância. Estamos lidando com história, um tema no qual as pessoas não têm tanto acesso hoje em dia, mas estamos tentando estreitar essa relação.”
.A criação de um museu e uma biblioteca dedicados à cultura negra no Amazonas é uma iniciativa louvável. Esses espaços serão fundamentais para preservar a história e as contribuições dos negros na região, além de promover a conscientização e o respeito pela diversidade cultural. A parceria entre a UEA e o Instituto Nacional Afro Origem do Amazonas (Inaô – AM) demonstra o comprometimento dessas instituições com a valorização da cultura negra e com a construção de uma sociedade mais inclusiva. Espera-se que essa iniciativa inspire outras regiões a adotarem projetos semelhantes, fortalecendo assim a memória e o legado do povo negro em todo o país.