Não é de hoje que quem sofre com diabetes enfrenta inúmeros desafios árduos. Desde sempre, o acesso aos insumos se tornou um problema e os cuidados com as rotinas de exercícios, exames e consultas ficaram mais difíceis. Um estudo feito em 2020 revelou que apenas 21% dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) receberam medicamentos para 90 dias, conforme recomendação do Ministério da Saúde.
A pesquisa, chamada Diabetes Research and Clinical Practice, foi realizada por um grupo de instituições nacionais e internacionais entre 22 de abril e 4 de maio de 2020.
O caso do segurança Lúcio Prado, 53 anos, é semelhante ao de grande parte dos entrevistados pela pesquisa. Diagnosticado há cerca de dois anos com Diabetes tipo 2 e esperando respostas do SUS há quase 1 ano, Lúcio carece de ajuda com exames para reverter a situação de cegueira, comprar remédios e com auxílios na própria alimentação.
Assim como o tipo 1, o diabetes tipo 2 é caracterizado pelo excesso crônico de açúcar no sangue, o que desencadeia uma série de complicações, de infarto a perda de visão. Lúcio revela que adquiriu a doença por consumir energético com frequência para se manter acordado.
“Precisei vender alguns pertences para conseguir um valor, pois pelo SUS vou fazer 1 ano que estou esperando uma resposta deles para o risco cirúrgicos e nada. Agora estou buscando ajuda de amigos. Perdi até o meu carro por conta de atrasos e era por ele que eu fazia aplicativo para sustentar a minha família. Estou para ficar loco e, com isso, o estressa vai chegando e aumentando a glicose, é muito complicado. Deixei de comprar os remédios porque estão mais caros ainda. Estou começando a consumir remédio natural”, declarou.
Aos poucos perdendo a visão – o que o impossibilita de dirigir e trabalhar – e cansado de entrar em contato com as entidades responsáveis, sempre ouvindo que seu caso não era grave o “suficiente”, Lúcio passou a buscar ajuda de amigos para tentar fazer as consultas no sistema particular.
“Ano passado quando eu solicitei através do médico e me informaram que a previsão seria de 3 a 5 meses na espera. Não quero ficar cego, estou com muita dificuldade para ler e escrever. Não posso mais esperar a boa vontade do Estado. Tive que me reeducar em tudo desde que fui diagnosticado e preciso fazer cirurgia nos dois olhos. Tenho uma proposta de emprego para outro mês e tenho receio de não ser chamado, mas entrego nas mãos de Deus”, disse.
“Me sinto rejeitado, excluído e sem direito a nada”, foram essas algumas das palavras ditas por Lúcio Prado após enfrentar tantas dificuldades.
“Pago os meus impostos e, quando mais preciso, não tenho resposta ou prioridade só porquê não é um caso grave para eles. Na verdade, eles teriam que mudar a forma selecionar as pessoas. Tem tanta gente com caso mais grave precisando de ajuda. Deveriam contratar pessoas para fazer uma análise da família do paciente”, revelou.
Para quem desejar ajudar o segurança Lúcio Prado, pode enviar qualquer valor para o PIX 38498553253 (JOÃO LÚCIO PRADO MIRANDA).