Gerar novas matrizes econômicas com um modelo de desenvolvimento econômico responsável exclusivo do interior do Amazonas e explorar de forma sustentável as riquezas que a Amazônia pode oferecer estão entre as pautas mais levantadas pelos principais nomes políticos na Assembleia Legislativa do Estado. A defesa da exploração de potássio nos municípios de Autazes e Nova Olinda do Norte, no interior do Amazonas, destaca que, a partir disso, o estado tem condições de se tornar uma das maiores reservas do mundo do elemento.
O potássio é um minério considerado essencial para o agronegócio e cuja jazida está situada a oito quilômetros de uma área indígena, em região densa de floresta e ao lado do Rio Madeira. Na área da mina, vivem 12 mil pessoas pertencentes à etnia Mura, que querem a demarcação de suas terras. Ao portal Amazônia Press, o deputado estadual George Lins (União Brasil) declarou que defende um acordo que pode viabilizar a exploração sustentável de potássio nos municípios.
“Sou um grande defensor da exploração sustentável do potássio amazonense, sobretudo no município de Nova Olinda do Norte, por acreditar que essa nova matriz econômica pode fortalecer a economia do nosso estado, gerando uma grande elevação de receita e também abrindo uma nova frente de emprego na nossa região. Hoje, o Brasil importa 96,5% de cloreto de potássio (silvinita) do mercado internacional, principalmente do Leste Europeu, para atender as demandas da indústria nacional de fertilizantes. Portanto, a exploração deste minério no nosso estado ajudaria a diminuir a dependência do país”, declarou.
De acordo com o parlamentar, a exploração sustentável de potássio nos municípios será estratégica para a geração de emprego e renda para os moradores locais.
“Pode ajudar o Brasil a se tornar uma grande potência agroambiental, produzindo os insumos de que precisa para aumentar sua produção de alimentos a fim de abastecer o mercado nacional e ainda atender as demandas do mercado mundial. A exploração da mina de Nova Olinda do Norte movimentaria também a economia do município e do nosso estado, com grande oferta de empregos”, disse.
Defensor intransigente do modelo de desenvolvimento proporcionado pela Zona Franca de Manaus (ZFM), George Lins também ressalta que o Estado deve buscar novas matrizes econômicas.
“A questão do potássio é estratégica neste contexto de tantas ameaças a ZFM. Por isso, parabenizo os esforços do deputado federal Átila Lins e do Prefeito Adenilson Reis, junto ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para facilitar a exploração do potássio no município de Nova Olinda do Norte, na certeza de que esse minério, explorado e aproveitado de forma sustentável, será decisivo para uma mudança positiva dos eixos de desenvolvimento econômico do nosso estado e de toda a nossa região”, pontuou.
A engenheira florestal e mestre em Ciências Florestais e Ambientais, Conceição Vargas, explica ainda que o potássio é um fertilizante agrícola muito utilizado na produção de alimentos no mundo inteiro, além de ser um recurso não renovável e que, hoje em dia, está escasso. No entanto, a especialista também destaca que existem malefícios acerca dessa exploração.
“Ou seja, economicamente e viável, é muito importante para a economia do estado. Isso é uma grande vantagem. É importante frisar que a Amazônia é uma região sensível que abriga uma biodiversidade de espécies da flora e da fauna, a maioria ainda não identificada pela ciência, algumas endêmicas dessa região, ou seja, poderá sumir do mapa sem ao menos ter tido a chance de ser identificada, podendo ser uma espécie que venha a curar uma doença, ou coisa do tipo. Além da biodiversidade, a Amazônia é responsável pela regulação do clima do planeta, e uma grande fonte de água doce para o mundo”, analisou.
Complementou também: “No entanto, tudo pode ser pensado de forma consciente, com Estudos de Impactos Ambientais, pode-se encontrar meios de minimizar os impactos, deve-se ter responsabilidade social, usar tecnologias modernas; ou seja, deve fazer os estudos prévios necessários para que haja a exploração de forma responsável, ambientalmente correta economicamente viável e socialmente justa”.