O governo vai retirar garimpeiros das áreas indígenas. Foi o que afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (13) durante a Assembleia Geral dos Povos Indígenas de Roraima, no Centro Regional Caracaranã em Normandia.
Ele também prometeu recursos para financiar a produção agrícola dos povos tradicionais. E destacou o compromisso com a preservação ambiental.
“É que eu tenho pedido tanto pra FUNAI quanto pro ministério me apresentar todas as terras que estão prontas pra ser demarcada porque a gente precisa demarcá-las logo, antes que as pessoas se apoderem delas. Antes que as investem em documento falsos, escrituras falsas e diga que sou dono da terra. E a gente quer mostrar que esse mundo pode produzir alimento sem precisar derrubar mais uma árvore da Amazônia. Sem precisar estragar mais um rio, sem precisar poluir mais a água.”
Lula recebeu de presente uma carta elaborada pelos povos indígenas. Ele anunciou que, ainda neste ano, vai se reunir com presidentes dos outros países sul-americanos cobertos pela Floresta Amazônica pra discutir medidas de proteção ao bioma.
A Assembleia Geral dos Povos Indígenas é realizada todo ano no estado e reúne representantes de diversas etnias para discutir as principais demandas da população local.
Este ano um dos principais temas da reunião foi a retirada de garimpeiros das terras tradicionais. O líder do povo Yanomami, Davi Copenaua, fez um apelo ao presidente.
A ministra dos povos indígenas, Sônia Guajajara, citou os principais desafios enfrentados pelos povos tradicionais em todo o país e afirmou que o governo vai retomar as políticas públicas voltadas pra essa população.
“A gente hoje compõe esse governo. A gente quer reconstruir todas as políticas indígenas, todas as políticas ambientalistas, de direitos humanos que foram perdidas durante esses últimos anos. E juntos nós queremos, sim ,ajudar o presidente Lula e esse governo a construir novas políticas.”
A cidade de Normandia, escolhida pra sediar o evento, faz parte da terra indígena Raposa Serra do Sol. Uma área de 1,7 milhão de hectares. A reserva foi homologada por um decreto do presidente Lula em 2005 e demarcada de forma continua em 2009 por decisão do Supremo Tribunal Federal após anos de disputa entre grupos indígenas e agricultores que ocupavam a região.
Edição: Alessandra Esteves