Entre os nove estados que fazem parte da Amazônia Legal, apenas Mato Grosso e o Amapá informaram o governo federal sobre a presença de garimpeiros ilegais dentro de terras indígenas, aponta levantamento realizado pelo Metrópoles.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso afirma que comunicou o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a possibilidade de garimpo, com base em alertas de desmatamento em uma região de 1.237,8 hectares, da terra indígena de Rio Formoso, no município de Tangará da Serra.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (Sema/AP) informou a União sobre a presença de pessoas não autorizadas e garimpeiros ilegais nas proximidades da terra indígena Waiãpi, em 2020. Nos dois anos seguintes, o governo estadual elaborou, junto à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), medidas para retirada dos invasores.
Os principais ilícitos detectados nas proximidades da terra indígena são pesca ilegal, garimpo e caça, nos municípios de Porto Grande, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio.
Amazônia Legal
A Amazônia Legal abrange 59% do território nacional, em nove estados. De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), a área abriga cerca de 55% da população indígena do Brasil. O estado que contém a maior área destinada aos povos originários é o Pará, com cerca de 28,7 milhões de hectares.
Os estados do Acre e do Pará, por sua vez, negam a emissão de alertas à União. O Metrópoles questionou todos os estados da Amazônia Legal sobre alertas de garimpeiros ou ações relacionadas à extração de minérios em terras indígenas.
Amazonas, Roraima, Rondônia e Tocantins não responderam até o fechamento desta reportagem.