Uma pessoa está tão protegida contra a covid-19 após um contágio com o coronavírus como quando foi vacinada contra a doença, afirma um estudo publicado nesta sexta-feira (17), um dos mais extensos sobre o tema.
“Embora uma infecção proporcione uma proteção que diminui com o tempo, o nível desta (…) parece tão duradouro, ou até maior, que o conferido pela vacinação”, afirma o trabalho publicado na revista The Lancet.
A comparação é baseada nas vacinas de RNA mensageiro da e da Moderna, que estão entre as mais eficazes contra a covid-19 e que são as principais das campanhas de vacinação de muitos países ocidentais.
O tema não é novo e muitos estudos já tentaram comparar os riscos de reinfecção, dependendo se a pessoa está vacinada ou já foi infectada.
Mas o trabalho publicado pela revista The Lancet tem uma dimensão sem precedentes. Compila quase 60 estudos pré-existentes, que remontam a vários anos e levam em consideração o surgimento, no final de 2021, da variante ômicron.
Esta última é muito mais contagiosa que as antecessoras e capaz de infectar muitas pessoas vacinadas, sem que estas corram um risco elevado de sofrer uma forma grave da doença.
O estudo conclui que o mesmo acontece em caso de infecção anterior por coronavírus. A proteção é bem mais fraca contra a reinfecção com a variante ômicron, mas considerada sólida contra uma forma grave de covid.
Os resultados não significam que é indiferente ser vacinado ou infectado para adquirir uma primeira imunidade. É muito mais arriscado sofrer a doença, em particular no caso de pessoas idosas.
O estudo, no entanto, oferece uma visão mais precisa do que é possível esperar do desenvolvimento de uma imunidade “híbrida” na população, pois cada vez mais pessoas estão vacinadas e contraíram o vírus pelo menos uma vez.
Os resultados sugerem que as futuras ondas de covid resultarão em níveis reduzidos de hospitalização, conclui o estudo.
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