Doha — Adenor Leonardo Bachi entra na sala de conferência do Centro de Mídia da Fifa, em Doha, com um copo de café na mão direita, uma garrafa de água mineral na esquerda e uma pasta lilás debaixo do braço. Estão ali três dos quatro pontos de apoio do técnico para controlar a mania de apertar as mãos enquanto participa das inquisições pré-jogo.
O quarto desafogo havia ficado no hotel. Sorridente e bem-humorado, Tite pode voltar a se escorar em Neymar na partida de hoje contra a Coreia do Sul, às 16h (de Brasília), no Estádio 974, pelas oitavas de final. Se avançar, o Brasil terá pela frente Japão ou Croácia nas quartas no trajeto rumo ao hexa. Na sequência, Argentina ou Holanda na semifinal.
Aparentemente recuperado da lesão no tornozelo direito, Neymar voltará a campo depois de uma estreia traumática contra a Sérvia. A comissão técnica e o camisa 10 temeram pela sequência do craque na competição. A vigília na fisioterapia e nos demais tratamentos coordenados pelo médico Rodrigo Lasmar levaram Tite a cravar convicto ao ser desafiado pelo zagueiro e capitão Thiago Silva a encerrar o mistério: “Sim, o Neymar vai para o jogo.”
O Brasil precisa de Neymar para se livrar de um incômodo vício. O Brasil é time de segundo tempo na Era Tite. Em oito exibições sob o comando dele na Copa do Mundo, a equipe só balançou a rede na etapa inicial contra Suíça e Sérvia, ambas em 2018, na Rússia. Em todas as demais, os gols só foram marcados nos últimos 45 minutos. A dificuldade para resolver as partidas no início provoca situações perigosas como a da última sexta-feira. Camarões abriu o placar no fim da partida e não houve tempo para reação.
Por esses e outros motivos, Tite descarta iniciar a partida com Neymar no banco. Ele admite o risco de a partida contra a Coreia do Sul avançar à prorrogação e até mesmo aos pênaltis, mas prefere contar com o único fora de série desde o apito inicial. “Eu prefiro a utilização do meu melhor desde o início. Eu, e o técnico precisa assumir suas responsabilidades”, disse.
Com Neymar, Seleção busca quebrar vício de decidir partida apenas no 2º tempo. Em oito exibições sob o comando de Tite na Copa do Mundo, a equipe só balançou a rede na etapa inicial contra Suíça e Sérvia, ambas em 2018, na Rússia. Em todas as demais, os gols só foram marcados nos últimos 45 minutos.
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crédito: Lucas Figueiredo/CBF