Eduardo Braga propõe mais investimentos para os pequenos empreendedores e população em geral a fim de fortalecer a base de consumo
Manaus/AM – Os candidatos da coligação “Em defesa da vida” (MDB, PSD e a federação PT, PC do B e PV), senador Eduardo Braga (MDB) e a vice, Anne Moura (PT), participaram, nesta quarta-feira (14), de reunião com empresários da Associação PanAmazônia. A entidade é composta por mais de 100 empresas de todos os estados amazônicos brasileiros e por países vizinhos (Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela).
Durante o encontro, coordenado por Belisário Arce, diretor executivo da Associação, foram discutidos os temas relacionados a economia do Amazonas. O senador e candidato Eduardo Braga ao ser questionado sobre o futuro da Zona Franca, teceu uma análise sobre a evolução do modelo econômico. “Quando eu sai do governo, a Zona Franca de Manaus tinha 134 mil empregos. Hoje, tem pouco mais de 100 mil empregos. Isso aconteceu porque os processos industriais mudaram e aquilo que era intensivo de mão de obra, deixou de ser. A Zona Franca precisa sofrer uma correção de novo. Quando cheguei no governo, aqui não se produzia TV digital, nós trouxemos para cá. Nós não tínhamos câmera digital, nós trouxemos câmera digital. Nós não tínhamos bem de informática, nós trouxemos bens de informática. Agora, nós temos que trazer uma nova indústria e um novo produto para a Zona Franca, sob pena de nós não agregarmos mão de obra”.
O candidato do MDB defendeu a expansão do polo industrial para outros segmentos mais promissores. “Temos de ter aqui produtos da biodiversidade que vão desde os cosméticos até os fármacos, assim como produtos da nanotecnologia. Nós precisamos dar um passo gigantesco se quisermos continuar produzindo produtos eletroeletrônicos e de produtos que possam ser substituídos a sua importação. Caso contrário, essa indústria sairá do Brasil. Isso não pode ser feito da noite para o dia. Nesta transição, os elos mais fracos da corrente quebram e é o que está acontecendo neste momento no estado do Amazonas. A Zona Franca precisa ser mantida, mas para isso deve ser revigorada”, enfatizou.
Floresta como fonte de renda
Durante os governos de Eduardo Braga (2003-2010), o estado investiu na preservação ambiental a partir da implantação de projetos que garantiam o bem-estar do homem a fim de que ele não destruísse o meio ambiente, como o ‘Bolsa Floresta’. Naquela época, a cobertura vegetal era de 97%. Ao longo dos anos, a questão ambiental passou a ser um peso à medida que cuidar da fauna e da flora exigiam recursos adicionais por parte do estado. Eduardo Braga apresentou aos empresários um plano de captação de recursos. “Devemos olhar o meio ambiente como um ativo e não um passivo, como uma solução e não como um problema. Criamos o bolsa floresta e vários outros mecanismos. Por causa das mudanças climáticas, os outros países estão dispostos agora a contribuir seja por meio do sequestro de carbono ou por um novo mecanismo muito recente, que é o CPR Verde. É uma cédula de crédito rural só para a preservação da floresta em pé. A primeira operação de CPR Verde na bolsa de valores brasileira já aconteceu. E há uma perspectiva muito grande disso. Nós vamos ter uma ação muito forte nesta área. 99% da área de desenvolvimento sustentável no Amazonas foram criadas por mim. 90% das áreas de conservação foram criadas por mim. Nós estruturamos, mas não conseguimos captar muito na época. Agora, é diferente. Temos grande potencial de captação. E o que fazer com esse dinheiro? Investir na proteção de quem verdadeiramente guarda a floresta, que é o povo que está lá. São eles, que secularmente, lidam com a natureza. O que está acontecendo é que esta relação deles com a natureza não está permitindo que eles sofram uma migração econômica. Você demarca terra, você cria reserva, mas as pessoas continuam pobres e produzindo grandes serviços ambientais. Uma parte desse dinheiro seria para remunerar serviços ambientais e financiar atividades sustentáveis dentro dessas reservas. E aí você teria uma nova atividade econômica no Amazonas chamada agroflorestal”, explicou Braga.
O candidato, que é um político habilidoso e articulado, prospecta cuidar do meio ambiente com novos recursos, sem mexer na arrecadação do estado ou ficar na dependência de repasses pelo governo federal. “Tem um grupo de economista, que dimensiona que nós teríamos capacidade de ter um fundo de R$ 3 bilhões ao ano. Este fundo garantidor pode alavancar 4 vezes o seu valor. Porque o fundo é para garantir inadimplência zero de 25%. A taxa histórica de inadimplência no microcrédito não é superior a 20%. Isso é para alavancar a economia. O que nós queremos fazer com este dinheiro? Nós queremos pegar este dinheiro, da ordem de R$ 10 bilhões, e também injetar na microeconomia. Nós faríamos um investimento anual, ou por microcrédito ou por transferência de renda, da ordem de R$ 13 a R$ 15 bilhões por ano. Durante quatro anos, seriam, aproximadamente, R$ 60 bilhões, que equivaleria a 70% do PIB amazonense. Isso transforma a economia. Isso gera emprego, renda e massa econômica suficiente para ser transformador”, analisou Eduardo Braga.
O impulsionamento do microcrédito, conforme o candidato do MDB, deve fomentar novos negócios, que precisarão de mão de obra. A movimentação financeira irá beneficiar também as grandes empresas em virtude do aumento do poder econômico da população do Amazonas. Por consequência, tanto o lado social quanto áreas, atualmente, fragilizadas como a segurança pública seriam afetadas positivamente. Pessoas que têm suas necessidades básicas atendidas, não são cooptadas pelo tráfico de drogas e pela criminalidade, reiterou o candidato.