A Companhia de dança manauara C.I.A Norte Dance garante medalha de prata ao representar o Brasil e o Amazonas em um dos maiores eventos da América do Sul. O Festival de Danzas Del Mercosur que ocorreu na Argentina reuniu cerca de 60 grupos de dança e mais de 500 coreografias.
Will Oliveira, professor da companhia C.I.A Norte Dance, que viajou junto com a dupla de dançarinos, Talita Bezerra e Fernando Barros, responsáveis por garantir o segundo lugar do Brasil, conta que, desde o ano passado, a equipe já vinha se preparando para este evento. Em 2021, eles conseguiram o primeiro lugar no Festival de Dança do Amazonas (FAD) e isso assegurou-lhes a participação no festival de dança Mercosul.
Will conta como foi o processo para finalmente conseguir competir no tão esperado festival.
“Enfrentamos obstáculos. Ao ganhar o festival de dança no Amazonas, nós nos concentramos e nos focamos em ir para a Argentina e, chegando aqui é claro que a gente teve nossos obstáculos, as nossas agonias, porque não é fácil você sair do Brasil. Não é fácil você sair do norte, atravessar o sul, chegar na Argentina. Estou muito feliz, estou muito orgulhoso pelo trabalho que a gente fez. Foi um período muito longo de ensaios, de trabalhos, arrumando essas coisas para que a gente pudesse chegar aqui e fazer um bom espetáculo, levar a mensagem que a gente queria dar, sair do bairro da Alvorada, sair de dentro da comunidade para representar o Brasil, o nosso estado. Isso é muito difícil.”
A companhia de dança C.I.A Norte Dance está localizada no bairro Alvorada, Manaus, e já possui mais de trinta alunos, entre eles, jovens, adultos e adolescentes. Durante a competição na Argentina a dupla, Talita Bezerra e Fernando Barros, precisaram disputar com outros estados do país como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, além de outros países como, Paraguai, Argentina e Venezuela.
O professor de dança explica como é a sensação de chegar tão longe em um grande evento de dança.
“Ter competido com esses países e estados só nos mostra que a gente fez um bom trabalho, porque estar num pódio é muito difícil, são muitas companhias, são pessoas extremamente capacitadas. “
O conceito utilizado como inspiração para a coreografia representada pela dupla são histórias envolvendo pessoas que têm ou já tiveram câncer e superaram a doença, que utilizaram a dança, a arte ou a cultura como forma de lidar com esse momento na vida que pode ser atenuado através da arte. Assim explica Will Oliveira.
“A dança faz com que a nossa alma se alimente de coisas boas, o relato dessa dança é mostrar que não é a doença que vai fazer com que a gente pare, mas sim, mostrar que a gente pode ser cada vez mais forte. E, ao ser forte com tudo isso você tem ao seu lado a dança, você tem a arte, você tem a cultura, onde você consegue passar essa energia, essa tranquilidade. Porque quem tem esse tipo de doença sabe o quanto é difícil, eu tenho uma mãe que já teve câncer e eu sei o quanto é difícil. Então, é basicamente mostrar para essas pessoas que elas não parem, que elas continuem, porque nós estamos lutando por essa causa juntos.” Finalizou o professor de dança, que, agora, pretende alçar nossos objetivos e fazer a companhia crescer e ganhar destaques em outros países.