O agente de portaria Caio Claudino de Souza, de 25 anos, assassinato confesso da servidora pública do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Silvanilde Ferreira Veiga, teve a prisão temporária transformada em preventiva nesta quarta-feira (29), em Manaus. O crime ocorreu no dia 21 de maio deste ano e Caio foi preso temporariamente no dia 31 do mesmo mês.
De acordo com o delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) Ricardo Cunha, o o inquérito do caso é dado como concluído, mas ainda não foi encaminhado para a Justiça e até hoje permanece na Especializada.
O assassino foi preso no dia 31, após confessar ser usuário de entorpecentes e, para conseguir dinheiro para comprar drogas, invadiu o apartamento e matou a servidora. Dias depois, Caio informou à defesa que queria mudar a versão. “Foi um acidente. Eu nunca matei ninguém, nunca roubei ninguém. Naquele dia eu tava muito sob efeito de pó. O celular eu joguei. Naquele dia a minha esposa me mandou um áudio que o meu filho tava muito mal”, relatou.
Em contrapartida, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) divulgou uma nota em que afirma que, além da confissão, outros elementos reforçavam que o agente de portaria havia cometido o crime.
Relembre o caso
A servidora pública e diretora da 15ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11), Silvanilde Ferreira Veiga, 58, foi encontrada morta no dia 21 de maio dentro do apartamento onde morava na Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus. O corpo da servidora foi encontrado pela própria filha, Sthefanie Veiga, no chão da sala em uma poça de sangue.
No local, a polícia encontrou ainda uma faca e um punhal. O apartamento não apresentava sinais de arrombamento e o celular da servidora foi levado do local do crime. Laudos do Instituto Médico Legal (IML) apontaram que Silvanilde foi morta por asfixia, doze golpes de arma branca, entre eles, um no pescoço, e traumatismo crânio encefálico.
Conforme o relato de Stephanie à polícia, na noite de sábado, ela recebeu uma mensagem de SOS da mãe pelo celular e mandou duas mensagens em retorno, porém não obteve resposta. Dessa forma, pediu ao porteiro do condomínio, que fosse ao apartamento de Silvanilde para verificar se estaria tudo bem. Ao retornar, ele informou que ninguém atendia, e que os veículos estavam todos na garagem.
Com isso, a filha disse ter ido ao apartamento, juntamente com o namorado e encontrou a mãe estendida no chão da sala, de bruços em uma poça de sangue. Ela relatou, ainda, que não havia sinais de arrombamento e a única coisa levada do local, onde morava há mais de 10 anos, foi o celular da vítima.
Dez dias após o assassinato, o agente de portaria do condomínio, Caio Claudino de Souza, confessou ser o autor da morte de Silvanilde. Caio foi preso por policiais da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) após o celular da vítima ter sido rastreado.
Imagens de uma câmera de segurança mostram ainda o momento em que Caiu sai ensanguentado do condomínio da servidora pública.
Após ter sido preso, a defesa requereu que Caio respondesse o processo em liberdade provisória ou que fosse determinado a sua internação compulsória para tratamento por ser dependente químico., porém, o pedido foi negado na noite de quarta-feira, 1, pelo juiz de Direito Plantonista das Audiências de Custódia do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas), Caio Cesar Catunda de Souza.
Caio Claudino cumpriu os 30 dias de prisão temporária, na ala dos feminicídas, local onde ficam os assassinos de mulheres, no Centro de Detenção Provisório Masculino (CDP 1) no Quilômetro 7 da BR-147.