A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) pontua que informações sobre casos de câncer de pâncreas, consolidados pelo Registro Hospitalar de Câncer (RHC), são fechados com um intervalo de três anos. Assim, destacamos que foram registrados 30 casos de câncer de pâncreas, sendo 20 em homens e 10 em mulheres, em 2019. Os números são referentes aos atendidos pela Fundação Cecon.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o caso mais comum é do tipo adenocarcinoma (que se origina no tecido glandular), correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça). As outras partes do pâncreas são corpo (centro) e cauda (lado esquerdo).
O câncer neste órgão afeta a cabeça do pâncreas, corpo ou na cauda e ao crescer penetra no tecido pancreático até chegar a cápsula que reveste o órgão e a gordura ao seu redor, a partir dessa fase vai invadir estruturas vizinhas e linfonodos que são situados nas imediações do pâncreas, com a progressão, as células malignas se disseminam principalmente para o fígado e o peritônio (membrana que recobre os órgãos abdominais), provocando acúmulo de líquido na cavidade abdominal, pulmões e pleura também pode ser atingido e o crescimento costuma ser rápida.
Segundo o especialista em oncologia, e médico da equipe Oncológica do Brasil em Manaus, doutor Luiz Eduardo Werneck, o câncer é uma doença silenciosa e quando apresenta algum sinal o ponto ideal de diagnóstico já passou o tempo. “Com relação ao câncer de pâncreas que é um dos cânceres mais graves, os primeiros sinais de alerta o que leva pacientes ao médico é dor na região da barriga e normalmente não é confundida com dor abdominal que podem ser refletida nas costas, esse é o primeiro sinal de manifestação do câncer no pâncreas”, destaca o oncologista.
Questionado sobre a possibilidade de cura do câncer de pâncreas, o especialista ressalta as chances que o ser humano tem de acordo com cada estágio da doença.
“Quando falamos em cura do câncer é muito complexo pois são muitas variáveis em relação ao câncer de pâncreas ele é um dos quem tem menos chance de cura, em estágio muito avançado, no caso do estágio 4 considerado metastático as chances de cura eram no máximo 10 a cada 100 pacientes, ou seja 10% em 5 anos, e hoje já temos 25% dos pacientes continuam vivos após 5 anos com os novos tratamento que temos trazidos para Manaus. Esse percentual tende aumentar de maneira significativa, a doença quando descoberta em estágio inicial as chances de cura são de 100% como todos os outros cânceres, o grande desafio é identificar a doença em fase inicial visto que é uma doença de acometimento silencioso”, pontua.
Quando falamos em estudos voltados para o câncer de pâncreas, o doutor reforça que não há estudos científicos que digam que é necessário ter uma rotina de exames.
“Não há estudos que apontam que para o câncer de pâncreas é vantajoso ter rotinas de exames, o que existe e vale a pena comentar que exames de uma área nova dentro da oncologia chamado ‘oncogenômica’, onde é colhido a saliva do paciente, a amostra que pode identificar alguns genes que são importantes para a propensão, pois tem pacientes com mais riscos de ter o câncer de pâncreas do que outros. Então esse perfil de exames vem obtendo mudança, além do exames de imagens, que já é possível ser realizado no Amazonas sendo provável detectar o risco da pessoa ter ou não a possibilidade de desenvolver a doença”, destaca o especialista.
Ainda sobre a alimentação, o doutor Luiz Eduardo esclarece que alguns fatores como alimentação devem ser levados em consideração pois tem haver com todos os tipos de câncer. “A alimentação tem haver com todas as doenças, desde uma simples hipertensão até o mais grave tipo de câncer, ou seja, é necessário ter um estilo de vida, alimentação regrada, diminuição do consumo de industrializados, embutidos, enlatados e tudo isso faz diferença para o evitar o surgimento de várias doenças e inclusive o câncer no pâncreas. Então a resposta é sim, quanto mais saudável for a alimentação menor o risco de ter todos os tipos de câncer, finaliza o oncologista.
No caso de mulheres as estatísticas apontam que o maior número de casos é do sexo feminino, por ser uma doença altamente silenciosas “Os casos entre mulheres e homens especialmente para mulheres acima de 40 anos neste caso o câncer de pâncreas é uma doença precoce e não se espera uma idade determinada para afetar as pessoas, em média 30 a 40 casos por ano, e pelas estatísticas do Inca existem diversos casos ultrapassando 200 ou 300 casos por ano”, destaca
Questionado sobre os sintomas causados pelas doenças e reações que cada um apresenta durante o tratamento, o médico responde os possíveis sintomas desenvolvidos durante o tratamento. “Duas pessoas com o mesmo diagnóstico podem sim ter reações diferentes, pois a resposta tanto da doença quanto do hospedeiro quanto dos tratamentos varia de pessoa para pessoa, então o indivíduo pode ter tipos de câncer no pâncreas, subtipos diferentes e isso vai causar reações. E por conta desses subtipos diferentes, os pacientes podem fazer tratamentos diferenciados, como uma pessoa com quimioterapia e a outra com imunoterapia são tratamentos diferentes para ambos que vão gerar reações diferenciadas”.
Todo câncer tem uma característica importante, por ser uma doença silenciosa e quando os sinais aparecem geralmente já passou o limite de diagnóstico, alguns sintomas característicos incluem. Adenocarcinoma ductal, se origina no tecido glandular e é tipo mais agressivo da doença, esse tumor exócrino corresponde a 90% dos casos diagnosticados atingindo a cabeça do órgão, que fica ao lado direito do abdomem, existem outros tumores malignos do pâncreas, raros e que acomete 1 em cada 100.000 pessoas.
Adenocarcinoma geralmente tem origem nos ductos pancreáticos, mas pode surgir também a partir das células que produzem as enzimas pancreáticas, chamados carcinomas de células acinares que são responsáveis pela liberação de enzimas digestivas e outros componentes não enzimáticos.
Confira os sintomas
Dor abdominal ou costas; Perda de peso; vômito e náuseas; icterícia; causada pela obturação do ducto biliar comum; falta de apetite; urina escura; aumento da vesícula biliar ou aumento do fígado.
Os tipos mais raros de tumores exócrinas no pâncreas incluem: carcinomas Indiferentes; carcinomas Indiferentes de células gigantes; carcinomas de células em anel de sinete.